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04/02/2006 - 08h52

Equipes ainda buscam 900 vítimas de naufrágio

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da Folha Online

Cerca de 900 pessoas continuam desaparecidas por conta do acidente envolvendo uma embarcação egípcia que afundou na madrugada de ontem no mar Vermelho --aproximadamente 1.400 pessoas estavam a bordo, em sua maioria trabalhadores egípcios que vinham da Arábia Saudita. Até o momento, autoridades egípcias confirmaram 185 mortos e 324 sobreviventes --algumas agências de notícias falam em 389 passageiros resgatados com vida. As buscas pelos desaparecidos continuam.

Hoje pela manhã, cerca de 140 sobreviventes chegaram ao porto egípcio de Hurghada. O primeiro grupo de passageiros a desembarcar era formado por pessoas descalças, que tremiam de frio e estavam enroladas em cobertores. Muitos deles afirmaram que, pouco depois da partida, uma parte da embarcação pegou fogo.

O ministro dos Transportes do Egito, Mohammed Lutfy Mansour, afirmou hoje que o incêndio foi "pequeno". Segundo ele, especialistas trabalham para identificar a origem do fogo, e descobrir se este problema está relacionado ao naufrágio.

Mohammed Helmi, representante da empresa Al Salam Maritime Transport, afirmou que os sobreviventes foram localizados a 27 graus na latitude norte e a 17 graus na longitude leste, e foram embarcados no catamarã Eleonora. O navio Al Salam Boccaccio 98 deveria ancorar no porto de Safaga, que fica no mar Vermelho.

O naufrágio é considerado um dos mais trágicos que já aconteceram no Egito. Muitos passageiros eram peregrinos egípcios que voltavam de Meca e haviam prolongado sua permanência na Arábia Saudita.

O navio, que partiu do porto saudita de Duba, deveria chegar a Safaga às 2h30 locais (22h30 de quinta-feira, horário de Brasília). Mas as autoridades perderam durante a noite contato com a embarcação, que também transportava 22 automóveis, 16 caminhões e cinco veículos de transporte de mercadorias.

Resgate

Duas unidades navais egípcias foram enviadas ontem para a área do naufrágio e continuam suas buscas por desaparecidos. O ministro egípcio dos Transportes pediu ontem às autoridades sauditas que também enviassem com urgência barcos de resgate. A Marinha britânica desviou para a região do naufrágio o navio HMS Bulwark, anunciou o Ministério da Defesa em Londres.

O diretor da Autoridade Portuária do mar Vermelho, Mahfuz Taha, foi o primeiro a anunciar o naufrágio, e disse que havia sobreviventes. "O navio naufragou a 57 milhas náuticas de Hurghada [localidade turística próxima a Safaga] (...) Um helicóptero localizou botes de salvamento com pessoas a bordo." Os helicópteros egípcios também localizaram corpos flutuando no mar, a 50 milhas náuticas de Safaga.

O governador da região do mar Vermelho, Bakr al Rachidi, criou uma célula de crise em Safaga e decretou estado de emergência nos hospitais locais.

Já o presidente egípcio Hosni Mubarak exigiu nesta sexta-feira uma investigação urgente sobre o naufrágio. "O presidente Mubarak quer que seja realizada uma investigação urgente para determinar as causas do naufrágio do Al Salam 98 e saber até que ponto a embarcação e outros navios idênticos cumprem com os critérios de segurança", informou seu porta-voz, Soleimán Awad, na televisão egípcia.

Segundo ele, "a rapidez do naufrágio e o fato de que não teria a bordo um número suficiente de botes salva-vidas confirmam que havia um problema, mas não podemos prejulgar os resultados da investigação".

Empresa

Por enquanto, o incêndio é a única pista sobre a causa do naufrágio da embarcação da companhia marítima Al Salam Maritime Transport, com sede no Cairo. "O Al Salam 98 estava dentro das normas de segurança internacionais", afirmou Andrea Odone, representante da companhia. Com 118 metros de comprimento e construído em 1970, o navio tinha bandeira panamenha.

Segundo Odone, o número de passageiros era inferior ao máximo permitido. "Enviamos para o local três de nossos navios que atravessavam o mar Vermelho", informou.

Um navio da mesma companhia colidiu no último dia 17 de outubro com um cargueiro cipriota em frente a Port-Toufic, a 10 km de Suez, causando quatro mortes. Procedente da Arábia Saudita, ele transportava 1.466 pessoas, a grande maioria peregrinos egípcios. O capitão foi preso e acusado de homicídio culposo pela Justiça egípcia.

Em dezembro de 1991, cerca de 500 pessoas morreram no naufrágio de outra embarcação egípcia, o Salem Express. A investigação oficial apontou um erro de navegação do capitão, que morreu na tragédia.

Com agências internacionais

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