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08/02/2006
-
12h10
da Efe, em Katmandu
Um manifestante morreu e outro ficou ferido nesta quarta-feira por disparos de soldados nepaleses em Dang, no sudoeste do país, durante a realização da jornada eleitoral, informaram fontes militares.
Segundo o Exército Real Nepalês, os soldados dispararam contra os manifestantes, que tentavam impedir a realização do pleito em Dang, cerca de 200 quilômetros ao sudoeste de Katmandu e porta de entrada para a região controlada pela guerrilha maoísta.
As autoridades --que prepararam fortes medidas de segurança por todo o Nepal-- tinham dado ordem aos soldados de disparar contra quem tentasse interromper o processo eleitoral de hoje, segundo anunciou o ministro do Interior, Kamal Thapa.
Participação
As eleições municipais no Nepal, o primeiro pleito realizado no país nos últimos sete anos, ocorreram com uma baixa participação e alguns outros incidentes violentos.
Os colégios eleitorais fecharam suas portas às 17h (9h15 de Brasília) após uma jornada eleitoral cercada de fortes medidas de segurança, pela ameaça da guerrilha maoísta, e de polêmica, pelo boicote dos partidos opositores.
O pleito foi uma tentativa do rei Gyanendra de mostrar seu compromisso rumo à democracia pluripartidária depois que, há um ano, destituiu o governo democraticamente eleito e assumiu o poder absoluto.
Apesar da pouca movimentação nas ruas de Katmandu e em seus arredores e da forte presença das forças de segurança, os eleitores compareceram hoje aos colégios eleitorais, embora num número pequeno.
Um funcionário eleitoral, que pediu para não ser identificado, assegurou que a participação pode estar entre 25% e 30% em todo o país, número que, segundo ele, não seria muito inferior ao 40% ou 47% do eleitorado participante em pleitos anteriores.
Boicote
Os principais partidos do país pediram ao povo para não votar, ao considerar a convocação como uma tentativa de Gyanendra de acalmar os chamados de dentro e fora do país para restaurar a democracia no reino, mas sem fazer nenhuma mudança real.
Tanto os grupos políticos como a guerrilha maoísta classificaram o governo monárquico de "inconstitucional" e "ilegal", por isso não aceitam essa convocação.
Os maoístas, que mataram dois candidatos na campanha eleitoral, explodiram várias bombas, principalmente em distritos do oeste do país, para tentar impedir a realização do pleito.
Cinco policiais morreram na noite desta terça-feira em Dhankuta (leste do Nepal) em conseqüência de ataques da guerrilha contra colégios eleitorais e dependências governamentais. Um suposto rebelde morreu em Kailali (oeste do país) quando tentava preparar um ataque com explosivos perto de um centro de votação, segundo fontes oficiais.
Prisões
Hoje também foram registrados vários protestos contra este pleito em todo o país, nos quais centenas de ativistas políticos foram detidos.
Nuchhe Man Maharjan, dono de uma pequena loja em Katmandu, decidiu não participar do pleito porque isso seria "perigoso" e porque duvida de que a situação melhore com as eleições.
Ram Sharan Mahat, um destacado líder do Congresso Nepalês que lidera o boicote do pleito, disse que "a participação foi pateticamente baixa".
No entanto, a vice-ministra de Desenvolvimento Local, Roshan Karki, encarregada de supervisionar os municípios, assegurou que a participação foi encorajadora pois "prova que o povo não respondeu ao chamado dos partidos políticos para boicotar o pleito".
Ataques
Segundo Karki, a menor participação foi registrada em Dhankota, cerca de 500 quilômetros ao leste de Katmandu, devido aos ataques dos rebeldes que causaram a morte de pelo menos cinco agentes de segurança.
A Comissão Eleitoral afirmou que a participação foi maior na zona oriental do país, já que no oeste os rebeldes têm uma ampla presença.
Estavam em jogo 4.146 representantes municipais, mas só havia eleições para 618 vagas, para as quais se apresentaram 1.652 candidatos.
As eleições locais deveriam ter ocorrido em 58 municípios do Nepal, mas só aconteceram em 36, porque nos restantes não havia candidatos ou só havia um concorrente, que será o eleito.
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Segundo o Exército Real Nepalês, os soldados dispararam contra os manifestantes, que tentavam impedir a realização do pleito em Dang, cerca de 200 quilômetros ao sudoeste de Katmandu e porta de entrada para a região controlada pela guerrilha maoísta.
As autoridades --que prepararam fortes medidas de segurança por todo o Nepal-- tinham dado ordem aos soldados de disparar contra quem tentasse interromper o processo eleitoral de hoje, segundo anunciou o ministro do Interior, Kamal Thapa.
Participação
As eleições municipais no Nepal, o primeiro pleito realizado no país nos últimos sete anos, ocorreram com uma baixa participação e alguns outros incidentes violentos.
Os colégios eleitorais fecharam suas portas às 17h (9h15 de Brasília) após uma jornada eleitoral cercada de fortes medidas de segurança, pela ameaça da guerrilha maoísta, e de polêmica, pelo boicote dos partidos opositores.
O pleito foi uma tentativa do rei Gyanendra de mostrar seu compromisso rumo à democracia pluripartidária depois que, há um ano, destituiu o governo democraticamente eleito e assumiu o poder absoluto.
Apesar da pouca movimentação nas ruas de Katmandu e em seus arredores e da forte presença das forças de segurança, os eleitores compareceram hoje aos colégios eleitorais, embora num número pequeno.
Um funcionário eleitoral, que pediu para não ser identificado, assegurou que a participação pode estar entre 25% e 30% em todo o país, número que, segundo ele, não seria muito inferior ao 40% ou 47% do eleitorado participante em pleitos anteriores.
Boicote
Os principais partidos do país pediram ao povo para não votar, ao considerar a convocação como uma tentativa de Gyanendra de acalmar os chamados de dentro e fora do país para restaurar a democracia no reino, mas sem fazer nenhuma mudança real.
Tanto os grupos políticos como a guerrilha maoísta classificaram o governo monárquico de "inconstitucional" e "ilegal", por isso não aceitam essa convocação.
Os maoístas, que mataram dois candidatos na campanha eleitoral, explodiram várias bombas, principalmente em distritos do oeste do país, para tentar impedir a realização do pleito.
Cinco policiais morreram na noite desta terça-feira em Dhankuta (leste do Nepal) em conseqüência de ataques da guerrilha contra colégios eleitorais e dependências governamentais. Um suposto rebelde morreu em Kailali (oeste do país) quando tentava preparar um ataque com explosivos perto de um centro de votação, segundo fontes oficiais.
Prisões
Hoje também foram registrados vários protestos contra este pleito em todo o país, nos quais centenas de ativistas políticos foram detidos.
Nuchhe Man Maharjan, dono de uma pequena loja em Katmandu, decidiu não participar do pleito porque isso seria "perigoso" e porque duvida de que a situação melhore com as eleições.
Ram Sharan Mahat, um destacado líder do Congresso Nepalês que lidera o boicote do pleito, disse que "a participação foi pateticamente baixa".
No entanto, a vice-ministra de Desenvolvimento Local, Roshan Karki, encarregada de supervisionar os municípios, assegurou que a participação foi encorajadora pois "prova que o povo não respondeu ao chamado dos partidos políticos para boicotar o pleito".
Ataques
Segundo Karki, a menor participação foi registrada em Dhankota, cerca de 500 quilômetros ao leste de Katmandu, devido aos ataques dos rebeldes que causaram a morte de pelo menos cinco agentes de segurança.
A Comissão Eleitoral afirmou que a participação foi maior na zona oriental do país, já que no oeste os rebeldes têm uma ampla presença.
Estavam em jogo 4.146 representantes municipais, mas só havia eleições para 618 vagas, para as quais se apresentaram 1.652 candidatos.
As eleições locais deveriam ter ocorrido em 58 municípios do Nepal, mas só aconteceram em 36, porque nos restantes não havia candidatos ou só havia um concorrente, que será o eleito.
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