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13/07/2006 - 16h22

Violência israelo-libanesa gera fuga em massa para a Síria

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DANIELA LORETO
da Folha Online

A mais recente onda de violência envolvendo Israel e Líbano desencadeou uma fuga em massa de brasileiros e outros estrangeiros que vivem no sul do território libanês em direção à Síria. Iniciada ontem, a nova crise já deixou 53 mortos e 103 feridos no Líbano [incluindo quatro brasileiros da mesma família], e um morto e cerca de cem feridos em Israel.

A Síria fechou a entrada por sua fronteira com o Líbano devido ao grande número de pessoas que tentam deixar o país em direção a Damasco após a ofensiva militar israelense lançada ontem, segundo o cônsul-geral do Brasil em Beirute, Michael Gepp.

Segundo ele, um grande número de brasileiros estão entre os que tentam deixar o Líbano. "Há brasileiros em Beirute estão assustados com a situação e tentam sair do país", disse.

Procurado pela Folha Online, o consulado brasileiro em Damasco não confirmou a informação de que a fronteira com o Líbano esteja fechada, mas informou haver possibilidade de que isso realmente esteja acontecendo.

"Há muitos brasileiros e descendentes de árabes em férias que estão tentando deixar Beirute", afirmou a vice-cônsul brasileira em Damasco, Ana Maria Azevedo. "Há três quilômetros de congestionamento na região da fronteira e muita gente tenta deixar o Líbano. Os hotéis em Damasco estão lotados. Existe a possibilidade de que a fronteira tenha sido fechada, mas não é oficial", acrescentou.

Segundo ela, a Embaixada do Brasil em Damasco não foi procurada diretamente por brasileiros que tentam deixar o Líbano. "Tivemos contato apenas com o Consulado em Beirute".

De acordo informações de agências internacionais, cerca de 12 mil turistas deixaram o Líbano nesta quinta-feira.

Táxi

De acordo com o cônsul brasileiro em Beirute, muitos tentam escapar para Damasco usando táxi, mas a fronteira está fechada. "Não é que a Síria fechou as portas para o Líbano, mas o país não tem condições de absorver um fluxo imigratório tão grande".

Como exemplo, Gepp cita um brasileiro que pretendia ir de táxi até a capital síria para embarcar para Paris, onde seus netos o aguardavam. "No entanto, entrei em contato com as autoridades da imigração na Síria e me disseram que ele ficaria preso na fronteira, não teria onde dormir."

Gepp explica que o brasileiro resolveu permanecer em Beirute após ser informado de que não conseguiria entrar em território sírio. Segundo ele, um grupo de brasileiros que tentava deixar o país de ônibus pela cidade portuária de Tiro foram frustrados ao receber ordens para retornar. "Tiro é uma cidade histórica, que está isolada porque Israel destruiu quatro de suas pontes", afirmou.

O cônsul negou, no entanto, informações de que Israel teria bombardeado a estrada entre Beirute e Damasco. "Não tenho informações sobre um ataque deste tipo".

Neste momento, nem pela via aérea é possível sair do Líbano. "Os que foram para o aeroporto de Beirute na manhã desta quinta-feira ainda não conseguiram embarcar. "Agora os vôos estão lotados", explica.

Segurança

Embora a tensão a região seja crescente, Gepp afirma que não há motivo para pânico entre brasileiros que estão no Líbano. "Recomendamos aos brasileiros no país que permaneçam em seus hotéis e mantenham contato com o consulado", disse.

Outra orientação dada por ele é que os brasileiros entrem em contato com as companhias aéreas que os transportaram ao Líbano para que elas os auxiliem a deixar o país. Segundo Gepp, o Consulado trabalha ao lado da embaixada brasileira e mantém contato com o Itamaraty.

"A embaixada passa as informações sobre a situação política, e o consulado, sobre o auxílio consular. O Itamaraty acompanha a situação, e deve ordenar uma retirada dos brasileiros se isso for necessário, mas não é o caso neste momento", afirmou.

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