Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
03/08/2006 - 08h30

Mortos no Líbano já são 900; Síria tentará barrar violência

Publicidade

ada Folha Online

Após 22 dias de ataques israelenses contra o Líbano, em conflito iniciado com o seqüestro de dois soldados israelenses pelo grupo terrorista Hizbollah, o saldo da violência alcança números alarmantes. Na tentativa de barrar a violência, Líbano e Síria se comprometeram a usar sua influência sobre o Hizbollah.

Só no Líbano, 900 pessoas morreram [26 soldados, 43 membros do Hizbollah e mais de 800 civis], há cerca de 3.000 feridos e 1 milhão de pessoas tiveram de deixar suas casas. O anúncio do número de baixas foi feito pelo primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora. Em Israel, confrontos e foguetes do Hizbollah mataram 56 (37 soldados e 19 civis).

Entre as vítimas no Líbano, um terço são crianças com menos de 12 anos de idade. Cidades inteiras no sul do país foram destruídas por bombardeios aéreos de Israel. Várias regiões também carecem de água, luz e telefone.

Israel tenta minar a infra-estrutura do Hizbollah para impedir ataques
a seu território, e até agora não aceitou nenhum pedido de cessar-fogo feito pela comunidade internacional.

Nesta quinta-feira, Israel fez vários ataques a Beirute, capital do Líbano, e intensos combates por terra foram registrados no sul do país. Israel bombardeou comunidades xiitas em Beirute, consideradas redutos do Hizbollah.

Ontem, na ação mais violenta do Hizbollah contra o norte de Israel desde o início dos confrontos, 210 foguetes foram lançados em direção ao norte do país, causando a morte de uma pessoa. Um dos foguetes chegou a uma distância de 70 km, caindo próximo da Cisjordânia e causando grande preocupação às autoridades israelenses.

Nesta quinta-feira, ao menos 26 foguetes atingiram o norte do território israelense, sem deixar vítimas.

Influência

Os governos do Líbano e da Síria se comprometeram a exercer toda a sua influência sobre o Hizbollah para tentar pôr fim aos conflitos com Israel.

O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, após encontro em Damasco com o presidente sírio, Bashar al Assad.

O Hizbollah, que recebe apoio sírio e iraniano, não é visto no Líbano como uma entidade terrorista, mas como um grupo de resistência contra a invasão israelense ao país, em 1982, que só terminou em 2000, 18 anos mais tarde. O grupo foi o único a não se desarmar após a guerra civil do Líbano (1975-1991), e freqüentemente lança foguetes contra Israel.

Vítimas

Nesta quinta-feira, a organização não-governamental de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) contestou o total de mortos de um ataque israelense no último domingo ao vilarejo de Qana, no sul do Líbano. Segundo a ONG, que reuniu dados a partir de informações médicas, entrevistas com sobreviventes e fontes do governo, os bombardeios israelenses mataram 28 pessoas e deixaram 13 desaparecidos. Líbano havia divulgado 56 mortos, 37 deles crianças.

A HRW também condenou a ação israelense, qualificando os ataques ao Líbano como crime de guerra.

A ação, que gerou repúdio da comunidade internacional, foi justificada por Israel como "culpa do Hizbollah", que teria usado as vítimas civis como escudos humanos. Israel alega ainda que não sabia que dentro do edifício atacado havia civis, embora no dia anterior tenha lançado avisos pedindo que a população local fugisse da região.

"O Exército de Israel atuou sob informações que apontavam que o edifício não abrigava civis e que havia sido transformado em esconderijo de terroristas", diz o comunicado oficial do chefe do Estado-Maior israelense, Dan Halutz. "Se houvesse informação de que havia civis no local, não teríamos atacado", acrescenta.

Após Israel informar ontem que os ataques contra o Líbano devem continuar até o próximo dia 12, forças de segurança israelenses disseram que pretendem criar uma nova "zona de segurança" no sul do Líbano, que deve ocupar de seis a oito quilômetros na fronteira do norte de Israel.

Tropas israelenses já invadiram mais de seis quilômetros do território libanês, e teriam bases de observação em 11 cidades e vilarejos no sul do Líbano. A informação não foi confirmada pelo governo libanês, que já avisou que agirá com seu Exército se Israel decidir ocupar novamente seu território.

A área alcançada durante a penetração de Israel nas atuais movimentações de suas tropas é comparável à "zona de segurança" estabelecida por 18 anos, durante a ocupação israelense.

Leia mais
  • Ouça relatos de brasileiros no Líbano e em Israel
  • Veja cronologia dos confrontos

    Especial
  • Leia mais sobre a Guerra no Oriente Médio
  • Veja fotos da atual onda de violência entre Israel e Líbano
  • Leia o que já foi publicado sobre a crise entre Israel e Líbano
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página