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Carlos Heitor Cony
cony@uol.com.br
  31 de outubro
  Ganhos e perdas
   
   
Não é preguiça do cronista. Transcrevo, em forma de resumo, o e-mail que recebi de Ana Claudia. Não a conheço pessoalmente e creio que é a primeira vez que ela me escreve. O assunto tem a ver com a comunicação virtual e há um drama humano embutido na história. Passo a palavra a Ana Claudia:

"Enquanto lia seus textos, lembrei de uma amiga que se considera deusa ( deusa mesmo, com direito a audiência com John Lennon e grandes papos telepáticos com FHC). (...) Somos pessoas semelhantes: mesmo extrato social, formação similar, conceitos éticos parecidos. Creio que a diferença significativa entre nós seja o caminho que escolhemos. A impressão que tenho é que ela opta pela loucura.

Não estou julgando o comportamento dela, muito menos falando algo conclusivo (...) Deve existir espaço para que qualquer um opte pelo acerto ou pelo erro, ou mesmo caia nele sem saber, afinal, é dessa matéria que é feita a vida, do inesperado. Tem ganhos, tem perdas, como também tem a tecla back e o famoso Ctrl+Alt+Del. Posso desligar meu computador com algumas dores como também fecho o jornal. E acima de tudo, posso me levantar imediatamente e ir encontrar pessoas queridas (talvez a deusa?), depende de minhas opções".

Não vou entrar no mérito das considerações feitas por Ana Claudia. Prefiro fazer um comentário marginal, marginal mesmo, no mau sentido. Até que ponto o papo virtual, entre conhecidos ou mesmo desconhecidos, não substituirá em breve a psicanálise?

Ora, dirão, a psicanálise é uma técnica, um processo estruturado. Não é aleatória como um e-mail, que pode inclusive mistificar. Acho que não importa: de uma ou outra forma, mesmo em audiências com John Lennon e papos telepáticos com FHC, qualquer um pode mergulhar dentro de si mesmo e tentar se conhecer melhor. E melhor se conhecendo, empatar perdas e ganhos.


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