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13/10/2003
-
05h56
Um elegante navio a vapor de dois andares que imortalizou Iquitos, no norte do Peru, e a selva amazônica nas telas de cinema está enferrujando. A nau que transportou o capitão Brian Sweeney Fitzgeraldo, o Fitzcarraldo (como pronunciavam os nativos), personagem interpretado pelo alemão Klaus Kinski, está praticamente à deriva, à espera de patrocinadores que possam transformá-lo em um museu, antes que vá a pique.
Essa seria uma saída para manter vivo o glamour de "Fitzcarraldo", filme dirigido, em 1982, pelo alemão Werner Herzog. Hoje, o navio está ancorado na margem do rio Amazonas e encurralado por dezenas de barcos mais novos. Na história, um aventureiro irlandês sonha com a apresentação de Enrico Caruso e Sarah Bernhardt em um teatro construído no meio da selva amazônica.
Numa região minada pelos senhores da borracha, que ditavam as regras na região na virada do século 19, a expedição enfrentou obstáculos desastrosos.
A Casa Fitzcarraldo, no centro de Iquitos, expõe documentos e fotos que registram a saga do diretor e dos atores e os contratempos que a produção enfrentou para viabilizar a filmagem na selva.
Meio da selva
Para chegar a Iquitos, só mesmo de avião. A região fica no meio da selva amazônica peruana, distante 1.859 km de Lima. Com mais de 650 mil habitantes, Iquitos é ponto de partida para inúmeras aventuras na selva amazônica.
No centro da cidade há uma casa construída totalmente em ferro.
Surpreendentemente, a "estranha no ninho" é o resultado de um projeto de Gustave Eiffel, vendido a um milionário na Exposição Internacional de Paris, em 1889. Perto da casa, uma estatal se apresenta em estilo art noveau.
A construção, de 1908, mantém os terraços trabalhados em ferro. Com mármore de Carrara e mosaicos de Sevilha, o prédio, hoje administrado pelo governo, foi durante muitos anos o hotel mais luxuoso da região.
Na praça das Armas, a principal da cidade, os heróis peruanos que lutaram na guerra contra o Chile, em 1879, são lembrados num monumento.
Nos finais de tarde, locais e turistas se aproximam do Malecon Tarapacá para admirar a bela paisagem do pôr-do-sol refletido sobre o rio Amazonas.
Para conhecer um pouco mais da história e das tradições da floresta amazônica peruana, a cidade dispõe de uma biblioteca especializada em temas regionais.
Estima-se que, antes da chegada dos espanhóis, em 1542, 300 mil índios habitavam a selva peruana. A população foi quase toda dizimada por doenças como varíola, difteria, malária e febre amarela, adquiridas após o contato com o homem branco. Por muitos anos, jesuítas e franciscanos trabalharam na evangelização dos índios peruanos de várias aldeias.
Em 1757, Iquitos foi escolhida como local estratégico para a unificação e a formação de um só grande povoado. Às margens do Amazonas, Iquitos hoje sobrevive da exploração de petróleo e de diversos projetos de utilização de recursos florestais.
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Iquitos introduz aventura na selva peruana
do enviado especial da Folha de S.Paulo ao PeruUm elegante navio a vapor de dois andares que imortalizou Iquitos, no norte do Peru, e a selva amazônica nas telas de cinema está enferrujando. A nau que transportou o capitão Brian Sweeney Fitzgeraldo, o Fitzcarraldo (como pronunciavam os nativos), personagem interpretado pelo alemão Klaus Kinski, está praticamente à deriva, à espera de patrocinadores que possam transformá-lo em um museu, antes que vá a pique.
Essa seria uma saída para manter vivo o glamour de "Fitzcarraldo", filme dirigido, em 1982, pelo alemão Werner Herzog. Hoje, o navio está ancorado na margem do rio Amazonas e encurralado por dezenas de barcos mais novos. Na história, um aventureiro irlandês sonha com a apresentação de Enrico Caruso e Sarah Bernhardt em um teatro construído no meio da selva amazônica.
Numa região minada pelos senhores da borracha, que ditavam as regras na região na virada do século 19, a expedição enfrentou obstáculos desastrosos.
A Casa Fitzcarraldo, no centro de Iquitos, expõe documentos e fotos que registram a saga do diretor e dos atores e os contratempos que a produção enfrentou para viabilizar a filmagem na selva.
Meio da selva
Para chegar a Iquitos, só mesmo de avião. A região fica no meio da selva amazônica peruana, distante 1.859 km de Lima. Com mais de 650 mil habitantes, Iquitos é ponto de partida para inúmeras aventuras na selva amazônica.
No centro da cidade há uma casa construída totalmente em ferro.
Surpreendentemente, a "estranha no ninho" é o resultado de um projeto de Gustave Eiffel, vendido a um milionário na Exposição Internacional de Paris, em 1889. Perto da casa, uma estatal se apresenta em estilo art noveau.
A construção, de 1908, mantém os terraços trabalhados em ferro. Com mármore de Carrara e mosaicos de Sevilha, o prédio, hoje administrado pelo governo, foi durante muitos anos o hotel mais luxuoso da região.
Na praça das Armas, a principal da cidade, os heróis peruanos que lutaram na guerra contra o Chile, em 1879, são lembrados num monumento.
Nos finais de tarde, locais e turistas se aproximam do Malecon Tarapacá para admirar a bela paisagem do pôr-do-sol refletido sobre o rio Amazonas.
Para conhecer um pouco mais da história e das tradições da floresta amazônica peruana, a cidade dispõe de uma biblioteca especializada em temas regionais.
Estima-se que, antes da chegada dos espanhóis, em 1542, 300 mil índios habitavam a selva peruana. A população foi quase toda dizimada por doenças como varíola, difteria, malária e febre amarela, adquiridas após o contato com o homem branco. Por muitos anos, jesuítas e franciscanos trabalharam na evangelização dos índios peruanos de várias aldeias.
Em 1757, Iquitos foi escolhida como local estratégico para a unificação e a formação de um só grande povoado. Às margens do Amazonas, Iquitos hoje sobrevive da exploração de petróleo e de diversos projetos de utilização de recursos florestais.
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