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24/11/2003
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05h46
Passeios de barco descortinam a melhor visão do relevo das ilhas do Taiti acima e debaixo da água. A lancha desliza fácil sobre o mar sem ondas. Ao baixar o olhar, pipocam comentários sobre a cor azul néon.
Após o barco dobrar uma península, o mar fica transparente, com o fundo branco.
Aos poucos descobrem-se outras faixas das mais diferentes tonalidades no mar: turquesa, verde, azul. É possível traçar um risco entre uma cor e outra, produzidas pelo reflexo do fundo da água.
Subindo o olhar, quase não há nuvens no céu. As pesadas que existem envolvem os picos de pedra com 600 m, até 1.000 m de altitude. As montanhas de pedra são cobertas por uma vegetação luxuriante, de um verde menos escuro que o da mata atlântica. Há, muitas vezes, uma bruma azul, e é comum chover no interior das ilhas enquanto o litoral permanece seco e ensolarado.
As 118 ilhas da Polinésia Francesa surgiram como vulcões em pleno mar. A maioria das praias têm a areia preta como carvão, herança da origem vulcânica. Quando branca, a areia é grossa, formada por restos esmagados de coral.
O material nutritivo que se depositou ao redor dos vulcões ajudou a formar os corais e os atóis, mais comuns no arquipélago de Tuamotu. Esses minúsculos pedaços de terra distribuem-se por 4 milhões de quilômetros quadrados de mar profundo.
Há ilhotas minúsculas e pequenos montes de terra cobertos de coqueiros, como nos traços dos cartunistas. Muitos deles, os motus, contornáveis em pouco mais de cem passos.
Um passeio de barco custa, em média, US$ 50 por pessoa e dura de duas a quatro horas. A âncora é posta com cuidado para não ferir os corais secos, numa profundidade de pouco mais de um metro.
Segurando pedaços de peixe cru, o guia convida os turistas a entrar na água quente. A isca atrai arraias de até 70 cm de diâmetro. Aos poucos, um cardume com dez delas se forma e nada entre os viajantes sem a menor cerimônia. Juntam-se muitos peixes coloridos. Surgem dois tubarões, com pouco mais de um metro e uma mancha preta na ponta da barbatana. Os movimentos em ziguezague são feitos em alta velocidade. Pessoas se misturam à confusão de arraias, e peixes coloridos dão o bote. Mordem a isca de carne tão rapidamente que é impossível acompanhá-los com os olhos.
Os maiores animais das ilhas estão no mar. Não há grandes mamíferos, aves ou répteis em terra. A maioria das espécies chegou às ilhas em migrações, trazidas pela água e pelo vento, ou com os primeiros colonizadores vindos da Ásia, há milhares de anos, e da Europa, desde o século 18.
Como se não bastasse, ainda é possível avistar baleias. Alguns passageiros ficam boiando no mar, aguardando sinal dos mamíferos. Um silêncio apreensivo toma conta de todos. O animal esguicha. Alguém grita que há uma passando debaixo do barco. A mancha escura, com o desenho da cauda movendo-se lentamente, é nítida. O gigante desaparece no mar. Pena. Outubro marca o fim da época em que os cetáceos visitam a região. Agora só no ano que vem.
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do enviado especial da Folha de S.Paulo à Polinésia FrancesaPasseios de barco descortinam a melhor visão do relevo das ilhas do Taiti acima e debaixo da água. A lancha desliza fácil sobre o mar sem ondas. Ao baixar o olhar, pipocam comentários sobre a cor azul néon.
Após o barco dobrar uma península, o mar fica transparente, com o fundo branco.
Aos poucos descobrem-se outras faixas das mais diferentes tonalidades no mar: turquesa, verde, azul. É possível traçar um risco entre uma cor e outra, produzidas pelo reflexo do fundo da água.
Subindo o olhar, quase não há nuvens no céu. As pesadas que existem envolvem os picos de pedra com 600 m, até 1.000 m de altitude. As montanhas de pedra são cobertas por uma vegetação luxuriante, de um verde menos escuro que o da mata atlântica. Há, muitas vezes, uma bruma azul, e é comum chover no interior das ilhas enquanto o litoral permanece seco e ensolarado.
As 118 ilhas da Polinésia Francesa surgiram como vulcões em pleno mar. A maioria das praias têm a areia preta como carvão, herança da origem vulcânica. Quando branca, a areia é grossa, formada por restos esmagados de coral.
O material nutritivo que se depositou ao redor dos vulcões ajudou a formar os corais e os atóis, mais comuns no arquipélago de Tuamotu. Esses minúsculos pedaços de terra distribuem-se por 4 milhões de quilômetros quadrados de mar profundo.
Há ilhotas minúsculas e pequenos montes de terra cobertos de coqueiros, como nos traços dos cartunistas. Muitos deles, os motus, contornáveis em pouco mais de cem passos.
Um passeio de barco custa, em média, US$ 50 por pessoa e dura de duas a quatro horas. A âncora é posta com cuidado para não ferir os corais secos, numa profundidade de pouco mais de um metro.
Segurando pedaços de peixe cru, o guia convida os turistas a entrar na água quente. A isca atrai arraias de até 70 cm de diâmetro. Aos poucos, um cardume com dez delas se forma e nada entre os viajantes sem a menor cerimônia. Juntam-se muitos peixes coloridos. Surgem dois tubarões, com pouco mais de um metro e uma mancha preta na ponta da barbatana. Os movimentos em ziguezague são feitos em alta velocidade. Pessoas se misturam à confusão de arraias, e peixes coloridos dão o bote. Mordem a isca de carne tão rapidamente que é impossível acompanhá-los com os olhos.
Os maiores animais das ilhas estão no mar. Não há grandes mamíferos, aves ou répteis em terra. A maioria das espécies chegou às ilhas em migrações, trazidas pela água e pelo vento, ou com os primeiros colonizadores vindos da Ásia, há milhares de anos, e da Europa, desde o século 18.
Como se não bastasse, ainda é possível avistar baleias. Alguns passageiros ficam boiando no mar, aguardando sinal dos mamíferos. Um silêncio apreensivo toma conta de todos. O animal esguicha. Alguém grita que há uma passando debaixo do barco. A mancha escura, com o desenho da cauda movendo-se lentamente, é nítida. O gigante desaparece no mar. Pena. Outubro marca o fim da época em que os cetáceos visitam a região. Agora só no ano que vem.
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