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15/03/2004 - 06h31

Alcântara quer abrigar turista por 3 dias

da Folha de S.Paulo, no Maranhão

Cidade-símbolo da elite intelectual e política maranhense no século 19, Alcântara atualmente recebe turistas por apenas um dia. Normalmente são visitantes hospedados na capital, São Luís, que viajam de barco por quase uma hora para atingir a cidade.

Mas Alcântara quer virar um destino turístico, ampliando a permanência de seus visitantes para três dias e restaurando suas ruínas, hoje praticamente abandonadas. Para isso, será beneficiada com o Monumenta, programa do governo federal em parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

Serão liberados para o município R$ 4 milhões, a serem aplicados em 26 intervenções na cidade, que vão desde a estabilização de cinco ruínas e revitalização de espaços públicos até a construção de museus. "No entanto, o objetivo final do programa é criar um equilíbrio socioeconômico para a comunidade local", diz o coordenador da unidade de execução do programa Monumenta em Alcântara, Francisco Soares.

Segundo ele, no primeiro dia o visitante conhecerá a parte paleontológica do município, em um museu com fósseis de dinossauros encontrados na ilha do Cajual, que será construído com o dinheiro do programa.

No dia seguinte, a visitação será direcionada para o circuito histórico, no centro, onde ficam os casarões e as ruínas.

Nesse dia, o turista também conhecerá outro museu, o da Imagem e do Som, também realizado graças ao convênio. "Precisamos desse museu para preservarmos a história oral da cidade, que está se perdendo", afirma Soares.

No terceiro dia, o roteiro é tecnológico, com visita ao Museu da Aeronáutica, instalado pela AEB (Agência Espacial Brasileira).

"Estamos viabilizando um convênio com a CLA [Centro de Lançamento de Alcântara]. Esse roteiro seria suficiente para mudar o perfil da cidade", afirma o coordenador do programa.

Receita

Atualmente, para conhecer Alcântara, o turista não gasta muito. A viagem de barco, ida e volta, a partir de São Luís, custa R$ 20. Um guia turístico cobra em média R$ 7 por pessoa. Um guia impresso, com mapas e textos em português e inglês, custa R$ 3.

No entanto, para poder implantar o programa de três dias de roteiro turístico, a cidade terá que estruturar sua rede de hospedagem. Hoje Alcântara dispõe de somente 40 leitos.

"Atualmente, a cidade recebe cerca de 300 turistas por dia. Com o projeto, receberemos em média 900 diariamente", diz Soares.

De acordo com o coordenador, uma pesquisa sobre o turismo na cidade identificou que os viajantes que passam por Alcântara estão dispostos a gastar US$ 30 por dia no local.

"Para melhorar a estrutura, teremos que impulsionar os moradores a disponibilizar suas casas para receber os turistas. Temos que ter, no mínimo, 200 leitos", afirma Soares.

Os guias turísticos também serão alvo de mudanças. Hoje, a maioria dos guias que conduzem os turistas pela cidade vem de São Luís. "Estamos tentando modificar isso, uniformizar o trabalho dos guias. Atualmente eles passam algumas informações incorretas sobre alguns pontos de visitação para os turistas. O Estado também deve elaborar um guia impresso", diz o coordenador.

Viagem no tempo

Quando é avistada assim que o barco atraca no porto, Alcântara já se revela ao turista uma cidade plasmada pelo tempo.

Após o desembarque, a caminhada pela rua Grande até a praça da Matriz demonstra que o município conservou seu patrimônio arquitetônico. Com concepção urbana seiscentista, as construções se projetam para o mar. De quase todo o perímetro do centro, pode-se observar o oceano: estratégia da época para se defender contra invasões.

Nem mesmo as pedras que calçam as ruas, com o símbolo da maçonaria, foram removidas. Nas casas, as únicas modificações foram promovidas pelo tempo. Assim como São Luís, a degradação também toma conta da maioria dos prédios.

Essa ação do tempo transformou alguns sobradões em ruínas, principais responsáveis pelo título de patrimônio histórico concedido à cidade de Alcântara pelo Iphan em 1948.

As ruínas são o símbolo da cidade. A principal delas é a ruína da igreja matriz de São Mathias. O conjunto compreende 300 prédios distribuídos em três praças, oito travessas e dez ruas.

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