Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
09/08/2004 - 04h56

Centro-sul da Califórnia: Mutante, Los Angeles se revigora

SILVIO CIOFFI
Editor de Turismo da Folha de S.Paulo

Metrópole mutante, espalhada e cinematográfica de 8,5 milhões de habitantes, que recém-redesenhou seu perfil urbano com obras como o Walt Disney Concert Hall do polêmico arquiteto Frank O. Gehry, Los Angeles rejuvenesceu.

Silvio Cioffi/Folha Imagem

Encarapitado sobre a mais alta colina à beira-mar do Estado, em San Simeon, o castelo erguido por William Hearst, magnata da imprensa, dono de 26 jornais nos EUA e da United Artist, foi montado com pedaços de antigas construções européias nos anos 1920


Castigada em 1992 por "riots", revoltas que opuseram negros e brancos, a cidade refez, desde então, a arquitetura da área central ("downtown") e, também, dos bairros litorâneos em torno de Santa Monica, onde fica o calçadão Third Street, também chamado de Promenade.

De quebra, Los Angeles inaugurou museus como o Centro Getty, em 1997, repaginou o bairro Japan Town e mudou a face de Hollywood, hoje servido por metrô e dotado de um megateatro, o Kodak Theatre, que desde 2002 é sede da entrega do Oscar.

A vencedora é ...

Fundada por jesuítas na costa centro-sul da Califórnia com o nome de Nuestra Señora la Reina de Los Angeles de Porciúncula, a metrópole --conhecida pela iniciais LA-- vê passar anualmente em seu aeroporto internacional, identificado pela sigla LAX, 55 milhões de passageiros (20% deles viajantes internacionais).

Rivaliza com San Francisco (cujo apelido, Frisco, seus habitantes detestam), segunda maior metrópole californiana, situada ao norte, dentro de uma baía.

Entre ambas, as estradas 1, uma "Rio-Santos", mais estreita e litorânea, e a 101, mais larga e retilínea, integram o Estado, passando por cidades que também tiveram origem em missões religiosas, como Santa Barbara, San Simeon e San Luis Obispo.

Praias onde surfistas e focas disputam as ondas, vales férteis como o de Santa Ynez, tão famoso por seus vinhedos como por ter sido escolhido por Michael Jackson e Ronald Reagan, que ali construíram suas mansões, complementam essa que é uma das regiões mais ricas e cênicas do território norte-americano.

Los Angeles, na verdade um aglomerado de municipalidades como Santa Monica e Venice Beach, Beverly Hills e Hollywood, encerra o maior centro urbanizado do país.

Assim, depois de alguns dias em LA, é de lei alugar um carro e percorrer as estradas que integram a Califórnia, dona da quinta maior economia do mundo, pelo litoral.

"On The Road"

Descoberto em 1542 pelo espanhol Juan Rodriguez Cabrillo, o Estado que o cartógrafo holandês Joannes Jansson julgou ser uma ilha, em 1638, foi objeto de disputa entre os EUA e o México, em 1846, e, uma vez conquistado pelas tropas do general Zachary Taylor, testemunhou, em 1848, a descoberta do ouro e o maior movimento migratório da história.

Quando o automóvel se popularizou, nas primeiras décadas do século 20, a Califórnia viu surgir as primeiras estradas litorâneas.

O castelo do magnata da imprensa William Randolph Hearst e a cidade de San Luis Obispo testemunharam esse movimento de "fordecos", mas foi o lançamento do livro "On The Road", do autor "beat" Jack Kerouac, em 1957, narrando uma viagem entre a Califórnia e o México, que definitivamente associou a imagem do Estado ao automóvel.

Pouco antes, em 1955, o ator James Dean, então com 24 anos, encontrou a morte ao bater seu Porsche Spider numa curva na estrada entre Los Angeles e Salinas. Ainda em 1955, em Anaheim, cidade a 35 km na direção sul de LA, o cartunista Walt Disney inaugurou o primeiro de seus grandes parques de diversões.

Assim, em LA, onde as "freeways" (auto-estradas) são tão onipresentes quando complicadas, estima-se que rodem 6 milhões de carros --quase um por habitante. É difícil explorar a metrópole sem um carro e, em face do preço dos táxis, dá até para dizer que os aluguéis têm preços módicos.

Outra curiosidade com relação aos automóveis e a LA é que, dizem, circulam em Beverly Hills metade das Ferraris do mundo.

Wilshire Boulevard

Entre as diversas avenidas largas de LA, Wilshire Boulevard talvez seja a mais emblemática, tendo início em Santa Monica, junto à praia, e cortando a metrópole até o bairro chique de Beverly Hills. Ali, nesse local esnobe que concentra lojas de grife como Gucci, Prada, Fendi, Cartier e Chanel, além de hotéis como o Regent Beverly Wilshire, onde foi filmado "Uma Linda Mulher" (1992), fica Rodeo Drive, a rua de comércio que a novelista Judith Krantz chamou, com algum exagero, de "a mais faiscante mostra de luxo do mundo ocidental".

Mas as ligações de Beverly Hills com o automóvel e com o cinema também não param por aí: freqüentado desde a década de 30 por artistas de Hollywood, o bairro foi edificado no local onde, na época, ficava o Beverly Auto Speedway, pista onde, aos domingos, eram realizadas ruidosas corridas de calhambeques.

Silvio Cioffi viajou a convite da Travel Industry Association of America (TIA), do grupo Hyatt e da Delta Airlines.

Leia mais
  • Cosmopolitismo tempera comida de LA
  • Pacotes e cursos na Califórnia
  • Feira às quintas adiciona sabor a San Luis Obispo
  • Vinícola em Santa Ynez faz vinho orgânico
  • No entorno de LA, vale é lar de personalidades
  • Bons hotéis "despencam" sobre o mar
  • Visita a castelo descortina vida de Hearst
  • Passeio pelo ventre de palácio custa US$ 24
  • Santa Barbara recria riviera à americana
  • Baleias dão o ar da graça por até US$ 75
  • "SoCAL" alinhava estradas a praias

    Especial
  • Veja galeria de fotos do centro-sul da Califórnia
  • Arquivo: veja o que já foi publicado sobre a Califórnia

  •  

    Sobre a Folha | Expediente | Fale Conosco | Mapa do Site | Ombudsman | Erramos | Atendimento ao Assinante
    ClubeFolha | PubliFolha | Banco de Dados | Datafolha | FolhaPress | Treinamento | Folha Memória | Trabalhe na Folha | Publicidade

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade