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08/09/2005 - 13h04

Ilha de Páscoa: Misteriosos, moai guardam estilo exclusivo

GUSTAVO ROTH
Enviado especial da Folha de S.Paulo à ilha de Páscoa

Os moai, gigantes esculturas em pedra vulcânica com idade estimada em mais de mil anos, maior símbolo da ilha de Páscoa, estão envoltos em mistério. O termo designa as estátuas tanto no singular como no plural. Ao todo, mais de mil moai individuais ou em forma de ahu, altares de até 15 monolitos, espalham-se pela ilha.

No vulcão Rano Raraku, conhecido como a Fábrica de Moai, centenas de esculturas são encontradas nas variadas etapas de sua construção. A maioria dos moai da ilha era construída aqui e depois transportada para seu local definitivo. Eram esculpidos, inicialmente pelo rosto, e deitados no leito de lava do lado de fora da cratera. Depois, suas costas eram separadas da rocha, e estavam prontos para ser transportados.

O moai gigante, chamado Te Tokanga, com 21 metros e cerca de 300 toneladas, permaneceu para sempre preso à rocha do vulcão. O moai Tukuturi chama a atenção por ser diferente dos demais. Atarracado e com pernas dobradas, é similar a esculturas encontradas nas ilhas Marquesas.

Alguns têm desenhos de animais em suas costas, e apenas um deles possui entalhado no peito um veleiro de três mastros, o que prova que eram construídos até a época da chegada dos navegadores europeus.

Segundo os nativos, em seu altar eles representariam o Mana, espíritos de chefes e sacerdotes ancestrais, e eram erigidos na terra de cada clã tribal, que eles protegeriam --quase todos olham para o interior da ilha, não para o mar. O ahu Akivi é a única exceção, onde sete estátuas olham para o mar, em direção à Polinésia.

Debaixo de alguns moai foram encontradas tumbas individuais e coletivas, o que explica por que ainda são referenciados pelos nativos. Outros recebiam olhos de coral com pupilas negras de obsidiana. Os nobres são reconhecidos pelo pukao, pedra de cor avermelhada que representa o cabelo amarrado sobre a cabeça, e não um chapéu, como muitos pensam. O ahu Ko Te Riku, bem perto de Hanga Roa, é um bom exemplo, pois foi restaurado.

Seus tamanhos variam de dois a dez metros e, não existem duas estátuas iguais, embora sejam esculpidas no mesmo feitio estilizado: da cintura para cima, com os braços ao longo do corpo, cabeça longa, queixo e nariz pontudos.

"Tem que pagar"

Um dos mistérios é o modo como os moai eram transportados para outras partes da ilha. A ausência de árvores chama a atenção e pode comprovar a teoria de que eram utilizadas para a confecção de guindastes ou para deslizar as estátuas sobre seus troncos.

Os nativos da ilha também derrubavam árvores para a construção de canoas e para abrir espaço para as lavouras, o que levou à erosão e ao esgotamento das fontes de alimento.

Muitas estátuas foram levadas inteiras ou aos pedaços, com outros objetos sagrados, para museus de várias partes do mundo, e isso até hoje causa um pouco de revolta na população local. Um nativo contou que esteve no Museu do Louvre, em Paris, e ao avistar na entrada um moai saqueado de sua terra natal brincou na bilheteria que gostaria de tê-lo de volta, pois era um rapanui. A funcionária não entendeu e disse: "Desculpe, você tem que pagar"!

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