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08/02/2007
-
13h24
Enviado especial da Folha de S.Paulo a Mendoza
Vinho e música clássica. Se a combinação já parece boa, saiba que a mistura pode ficar ainda mais tentadora. O cenário do encontro pode ser uma igreja antiga, uma gruta, as margens de um rio ou uma bodega, com músicos e público rodeados por tonéis de carvalho. A idéia de tirar a música de seu habitat natural, o teatro, e levá-la a lugares atraentes pela beleza natural ou arquitetônica transformou o Festival Internacional de Música Clássica pelos Caminhos do Vinho em um dos acontecimentos mais preciosos da cultura argentina.
O festival, em sua sétima edição, acontece uma vez por ano e se repetirá entre 4 e 8/4, na Semana Santa. Todas as apresentações, cerca de 50 concertos, são gratuitas. Em 2006, 70 mil pessoas participaram. "O espírito é desfrutar. Cada locação é escolhida com cuidado para que seja uma experiência fenomenal", diz a ministra do Turismo e da Cultura de Mendoza, Mariana Juri. Nas bodegas, os concertos são combinados com visitas guiadas e podem se transformar em excursões de um dia, com direito à degustação de vinhos, queijos, azeites e "jamón crudo" argentino (o presunto cru) --por conta da casa.
Quem já tem a audição, o olfato e o paladar treinados terá o prazer de experimentar vinhos de uvas que estão sendo testadas na região e ainda encontrará músicos do naipe do violinista letão Gidon Kremer. Kremer, 59, que já gravou as principais obras de Bach, Beethoven e Mozart, aventura-se também pela música contemporânea e pelo tango do argentino Astor Piazzolla (1921-1992). Fundador de Lockenhaus, o festival de música de câmara que acontece no verão na Áustria, ganhou um Grammy pelo disco "After Mozart", em 2002, com seu grupo, a Kremerata Báltica.
A música sacra e a música da Renascença e do Barroco colonial também percorrerão locações especiais da Província de Mendoza com grupos como o suíço Música Fiorita, com a direção da italiana Daniela Dolci. O violonista uruguaio Rafael Bonavita, especialista em instrumentos antigos de corda, e o argentino Juan Manuel Quintana, que toca viola de gamba, integram a lista de atrações. Na abertura do festival, a Sinfonia nº 2 de Mahler, "Ressurreição", será executada pela Orquestra Sinfônica da Universidade Nacional de Cuyo (que tem o nome da região formada pelas Províncias argentinas de San Juan, San Luis, Mendoza e La Rioja). No encerramento, haverá concerto com a soprano Eliana Bayon, o tenor Luis Lima e o barítono Luis Gaeta, todos argentinos, e a Orquestra Filarmônica de Mendoza.
Teatro
Na praça Independência fica a casa da filarmônica da Província: o teatro Independência, com traçado do academicismo francês e capacidade para 730 pessoas. Inaugurado em 1925, foi remodelado em 2003. Reformado pela primeira vez em 1940, o teatro foi reinaugurado com a projeção do filme "Casablanca". Um incêndio em 1963 obrigou o teatro a fechar as portas durante dois anos. Na cidade, quando os moradores querem se referir a algo caro, dizem que "é coisa para gente de teatro Independência". O lugar, porém, tem espetáculos a preços bem acessíveis. O teatro fica ao lado do Plaza Hotel, que em 2001 foi refeito pela rede Hyatt, que conservou somente a fachada do século 19.
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BRUNO LIMAEnviado especial da Folha de S.Paulo a Mendoza
Vinho e música clássica. Se a combinação já parece boa, saiba que a mistura pode ficar ainda mais tentadora. O cenário do encontro pode ser uma igreja antiga, uma gruta, as margens de um rio ou uma bodega, com músicos e público rodeados por tonéis de carvalho. A idéia de tirar a música de seu habitat natural, o teatro, e levá-la a lugares atraentes pela beleza natural ou arquitetônica transformou o Festival Internacional de Música Clássica pelos Caminhos do Vinho em um dos acontecimentos mais preciosos da cultura argentina.
O festival, em sua sétima edição, acontece uma vez por ano e se repetirá entre 4 e 8/4, na Semana Santa. Todas as apresentações, cerca de 50 concertos, são gratuitas. Em 2006, 70 mil pessoas participaram. "O espírito é desfrutar. Cada locação é escolhida com cuidado para que seja uma experiência fenomenal", diz a ministra do Turismo e da Cultura de Mendoza, Mariana Juri. Nas bodegas, os concertos são combinados com visitas guiadas e podem se transformar em excursões de um dia, com direito à degustação de vinhos, queijos, azeites e "jamón crudo" argentino (o presunto cru) --por conta da casa.
Quem já tem a audição, o olfato e o paladar treinados terá o prazer de experimentar vinhos de uvas que estão sendo testadas na região e ainda encontrará músicos do naipe do violinista letão Gidon Kremer. Kremer, 59, que já gravou as principais obras de Bach, Beethoven e Mozart, aventura-se também pela música contemporânea e pelo tango do argentino Astor Piazzolla (1921-1992). Fundador de Lockenhaus, o festival de música de câmara que acontece no verão na Áustria, ganhou um Grammy pelo disco "After Mozart", em 2002, com seu grupo, a Kremerata Báltica.
A música sacra e a música da Renascença e do Barroco colonial também percorrerão locações especiais da Província de Mendoza com grupos como o suíço Música Fiorita, com a direção da italiana Daniela Dolci. O violonista uruguaio Rafael Bonavita, especialista em instrumentos antigos de corda, e o argentino Juan Manuel Quintana, que toca viola de gamba, integram a lista de atrações. Na abertura do festival, a Sinfonia nº 2 de Mahler, "Ressurreição", será executada pela Orquestra Sinfônica da Universidade Nacional de Cuyo (que tem o nome da região formada pelas Províncias argentinas de San Juan, San Luis, Mendoza e La Rioja). No encerramento, haverá concerto com a soprano Eliana Bayon, o tenor Luis Lima e o barítono Luis Gaeta, todos argentinos, e a Orquestra Filarmônica de Mendoza.
Teatro
Na praça Independência fica a casa da filarmônica da Província: o teatro Independência, com traçado do academicismo francês e capacidade para 730 pessoas. Inaugurado em 1925, foi remodelado em 2003. Reformado pela primeira vez em 1940, o teatro foi reinaugurado com a projeção do filme "Casablanca". Um incêndio em 1963 obrigou o teatro a fechar as portas durante dois anos. Na cidade, quando os moradores querem se referir a algo caro, dizem que "é coisa para gente de teatro Independência". O lugar, porém, tem espetáculos a preços bem acessíveis. O teatro fica ao lado do Plaza Hotel, que em 2001 foi refeito pela rede Hyatt, que conservou somente a fachada do século 19.
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