Crianças de São Paulo passam o 19 de abril com os índios

Gabo Morales/Folhapress

Índios da tribo Kuikuro mostram luta típica, na Toca da Raposa, em Juquitiba, interior de Sao Paulo

Para Afukaká, 60, chefe de índios kuikuro, não basta manter a tradição entre seu povo, é preciso mostrá-la às crianças da cidade.

Foi assim em 19 de abril, Dia do Índio, quando a "Folhinha" acompanhou como 187 alunos de escolas particulares de São Paulo conheceram os kuikuros e puderam participar de alguns de seus rituais.

Na Toca da Raposa, centro cultural em Juquitiba (a 72 km da capital) que realiza encontro entre indígenas e estudantes da cidade, Afukaká agradeceu aos professores pela chance de apresentar "a verdade dos índios".

Era a primeira vez que Antonio Santos, 5, os via na vida. Ele gostou da experiência, mas só observou de longe. "É que eu não estava acostumado."

A maioria não se sentia tão à vontade, mas a integração acabou acontecendo. As crianças dançaram com os índios e foram convidadas a lutar uka uka (espécie de judô, em que vence quem derrubar o rival de costas no chão).

A Toca (tocadaraposa.com.br) traz kuikuros ("peixinho bicudo", em karib, a língua que eles falam) há 16 anos do Parque do Xingu, no Mato Grosso, para mostrar seus rituais. Eles chegaram em 30 de março e ficam até 20 de maio em uma espécie de intercâmbio cultural.

E surgem questões como a de uma aluna, na oca feita no local. "Se eles não têm mesa, onde comem?" Eles comem com a mão, explicaram monitores.

O Parque do Xingu é a casa dos índios. Saiba como e quando a reserva foi criada.

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