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Bienal termina hoje e deixa muitas histórias para contar
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MAURÍCIO KANNO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"Ah, você vai pra feira? Traz um livro?", tinha perguntado Susana Oliveira de Souza, 3, que visitou a Bienal com sua família. Mas acontece que essa pergunta tinha sido feita semanas antes, como relatou sua mãe. "Não, menina, agora tô indo pra feira de frutas!", foi a resposta.
Por enquanto, Susana só sabe escrever o próprio nome. Mas a mãe, Rosani Elisabete Oliveira de Souza, 40, lê livros para ela, como a "Bela Adormecida". A menina está acostumada com a ideia de "feira de livros", já que a família visita feiras de livros como a Bienal quase sempre.
Maurício Kanno |
Susana, 3, observa "lagartão" na Bienal |
No evento, ela não parava de correr. Só ficou assustada com um lagartão verde pintado numa parede, por causa do rabão dele. Mas acabou tirando foto com o bicho assim mesmo.
A pintura foi inspirada em um boneco nordestino exposto no Espaço Infantil, organizado pelo diretor do Museu Afro Brasil. Lá, foram reunidos vários brinquedos dessa região do país.
Monitores estimulavam os grupos que paravam por lá a inventar histórias, sentados sobre imitações de papel de cobras-boiúnas, que fazem parte de lenda do Nordeste. Sobre cada cobra, cabiam umas oito pessoas.
"As crianças adoraram colocar nas histórias celebridades como Justin Bieber, Rebeldes ou Lady Gaga", conta Joyce Bittencourt, 23, uma das monitoras que animaram as crianças durante esses 11 dias de evento. "Ou ainda o jogo de amarelinha que ficava no meio das cobras""
História é o que não falta para Sofia, 10, irmã de Susana. Ela contou que leu neste ano mais de nove livros. Agora está lendo "Harry Potter e o Cálice de Fogo". Ela já foi à Bienal várias vezes.
Bem mais que uma biblioteca
Enquanto o lagartão assustou Susana, personagens como Luluzinha, Popeye e Gasparzinho atraíram meninas como Raquel Barcheta Nunes, 7, e sua irmã Rebeca, 10. Com seu iPad, posavam para fotos com as estampas dos personagens na parede.
Primeira vez na Bienal com sua família, Rebeca contou que se surpreendeu com o evento, pois achava que seria "como uma biblioteca". Acabou vendo que é bem mais que isso. Uma das coisas que lhe chamou atenção foi o CD da novela "Carrossel", que queria levar para casa. Também curtiu o estande da Turma da Mônica --da qual ela diz preferir a versão adolescente, aliás.
Maurício Kanno/Divulgação |
Rebeca, 10, posa para a foto com seu iPad |
Outra curiosidade da Bienal foi um caminhão de livros chamado BiblioSesc (www.sescsp.org.br/bibliosesc), que em dias comuns circula em regiões paulistanas como Itaquera e Interlagos; além das cidades de Osasco e São Caetano. Na frente dele, ficavam puffs e livros, e monitores liam histórias para as crianças que paravam por lá.
Diana Salles, 26, que trabalhou no espaço da BiblioSesc, contou que que cada criança interagia com os livros de um jeito diferente. Umas eram mais concentradas, liam página por página; outras, menores, mal folheavam direito, virando várias páginas de uma vez. Os livros com áudio faziam mais sucesso com as de 3, 4 anos.
Também queriam sempre saber se podiam levar para casa --umas de fato levaram -, mas aqueles eram só para ler por lá!
Em um desses puffs, enquanto esperavam a escola organizar os outros colegas, sentaram-se Taila Damiana, 10, e Jonatan de Souza, 9. Primeira vez na Bienal, levavam revistas "Recreio" que tinham ganhado como brinde.
Eles folheavam um livro sobre esportes que Taila pegou no caminhão, com imagens de futebol e beisebol em movimento, conforme as páginas eram movimentadas.
Jonatan também se lembra de ter visto um outro livro curioso pela Bienal: era todo escuro, mas, quando se passava um visor branco por ele, apareciam figuras, como de pessoas, cachorro, gato e pedras.
Até com mágicas eles se divertiram pelo evento. Em frente a um estande, o mágico Franco do Vale fez uma caneta sumir. Quem queria aprender o truque podia comprar um de seus livros.
Outro estande com atividades diferentes era o "Mundo Melhor", onde crianças, como os primos Cauã Dias, 3, e Bruce Dias, 5, sentaram-se para desenhar e depois expuseram suas obras nas paredes. Bem diferentes, Cauã não parava quieto, enquanto Bruce era bem concentrado em seu trabalho.
Roberta de Oliveira Ribeiro, 35, ajudava as crianças na atividade. Era uma das duas responsáveis pelo estande, com livros lançados no ano passado por conta própria, com "lições sobre ser mais feliz" e foco no público infantil. "Queremos vender os livros, mas também criar um ambiente gostoso para as crianças que passam por aqui", explicou ela.
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