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Cartas do dramaturgo russo Tchékhov inspiram espetáculo
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GABRIELA MELLÃO
DE SÃO PAULO
A obra epistolar do dramaturgo russo Anton Tchékhov (1860-1904) é revisitada em "Tomo Suas Mãos nas Minhas", espetáculo que chegou a São Paulo nesta semana com quatro indicações ao prêmio Shell do Rio (nas categorias ator, atriz, cenário e iluminação).
Criada pela norte-americana Carol Rocamora, professora de teatro e tradutora da obra completa de Tchékhov nos EUA, a peça transforma em dramaturgia uma matéria-prima de cerca de 400 cartas trocadas entre o autor e sua mulher, a atriz Olga Knipper, durante seis anos de relacionamento --encerrado com a morte prematura dele.
O texto é inédito no Brasil e já foi montado em diversas cidades, como Nova York, Londres e Paris --esta última numa encenação do celebrado diretor britânico Peter Brook, em 2004.
Tchékhov renovou o teatro mundial ao deslocar a ação dramatúrgica para o universo interior dos personagens. O que vai pela cabeça deles importa mais do que aquilo que efetivamente fazem. Por isso, muitas vezes se diz que o russo volta suas atenções para a inação, a paralisia.
Guga Melgar/Divulgação | ||
Os atores Roberto Bomtempo e Miriam Freeland em cena em "Tomo Suas Mãos Nas Minhas", de Carol Rocamora |
O dramaturgo continua inspirando artistas na atualidade, como o chileno Guillermo Calderón, líder do grupo Teatro en el Blanco, que também se debruçou sobre a história da dupla Tchékhov e Olga em "Neva", que correu festivais e fez escalas no Brasil recentemente.
Entre as montagens contemporâneas de prestígio que releem clássicos de Tchékhov estão as versões de "Tio Vânia" do Grupo Galpão, atualmente em cartaz em São Paulo, e "Espia uma Mulher que se Mata", do célebre diretor argentino Daniel Veronese.
Roberto Bomtempo e Miriam Freeland, protagonistas deste "Tomo Suas Mãos nas Minhas", atuaram na encenação brasileira de "Espia", versão de "Tio Vânia" montada em 2009.
Agora, eles iniciam a peça como contadores de histórias e, gradativamente, entram na pele do casal.
Dirigido por Leila Hipólito, o espetáculo tem como pano de fundo o processo criativo de Tchékhov, sua conhecida fragilidade física e a relação atribulada com o encenador Constantin Stanislávski, expoente do Teatro de Arte de Moscou (que teimava em encenar seus textos como drama, e não comédia).
"Mas trata-se sobretudo de uma história de amor", avisa a diretora. "A peça tenta retratar o processo de aproximação do casal, cujo relacionamento se baseia inicialmente em amizade e, pouco a pouco, vai se solidificando", completa.
TOMO SUAS MÃOS NAS MINHAS
QUANDO sex. e sáb., às 21h; dom., às 19h; até 18/12
ONDE Sesc Consolação (r. Dr. Vila Nova, 245; tel.: 0/xx/11/3234-3000)
QUANTO de R$ 8 a R$ 32
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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