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15/11/2011 - 17h37

Cinemateca faz bate-papo com diretor de "Zero Kelvin - Sem Limites"

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JULIANNA GRANJEIA
DE SÃO PAULO

O cineasta norueguês Hans Petter Moland --um dos mais importantes nomes do cinema escandinavo contemporâneo-- participa hoje, na Cinemateca, de uma conversa com o público, após a exibição de "Um Homem Gentil" (2010), às 20h.

Inédito nas salas brasileiras, "Um Homem Gentil" é o filme mais recente do diretor. Estrelado pelo sueco Stellan Skarsgård, presença constante nos filmes de Lars von Trier, o longa conta a história de Ulrik, que sai da prisão após 12 anos.

Apesar de batido, o roteiro --ex-detento que cumpre sua pena mas que, ao tentar se redimir, parece ter o mundo conspirando contra-- possui diálogos repletos de um humor sutil.

O bate-papo integra a programação da retrospectiva Hans Petter Moland, que também exibirá "Kelvin - Sem Limites" (1995) e "Aberdeen" (2000).

Leia abaixo a entrevista que o diretor concedeu à Folha:

FOLHA - Como foi a construção do personagem de Stellan Skarsgård em "Um Homem Gentil"? Você participou?
HANS PETTER MOLAND - Sim, eu participei e sempre participo. Para mim foi uma exploração de um homem que não conseguiu administrar sua vida muito bem. Ele sai da prisão, tem mais de 50 anos, não tem emprego, não tem aposentadoria, não tem dinheiro. A única verdadeira habilidade que ele tem é a de ser um assassino bom. Mas ele está cansado deste trabalho. Então, ele tem uma base muito fraca para o resto de sua vida, e ele sabe disso. Mas é uma comédia. Em vez de sentirmos pena dele, vemos sua tentativa desajeitada de se reconectar com a vida e dizer "oh, era uma bagunça, mas milagres acontecem e vou seguir". O personagem do Stellan é alguém que é perigoso para alguns, mas ele não tem confiança em si, é ingênuo e explorado por seu chefe gângster.

O que te interessou no roteiro?
Eu vi como uma comédia, e eu gostei da idéia de alguém que tem de ser arrastado de volta à vida. Ele não tem esperanças de um futuro quando sai da prisão. Na verdade, ele não quer sair. Mas depois ele descobre que ele está prestes a se tornar avô. O que o torna um assassino ainda mais interessante. Ele tem algo para lutar --da sua própria maneira, patética. Eu também gosto da amoralidade da história, ele é bem-sucedido em seu trabalho e isso não é uma questão moral. Temos muitas prisões em nossas vidas, coisas que nos impedem de viver a vida que queremos. O personagem de Stellan é libertado da prisão, mas ele não é livre. Ele então é preso psicologicamente por seu chefe gângster e sua própria história. Por isso, é uma história de um homem que tenta libertar-se.

Você estudou teatro. Isso influenciou em seus filmes de alguma forma?
Sim. Gosto muito de trabalhar com os atores, explorando o personagem. Eu não acredito que o personagem é de exclusiva responsabilidade dos atores. Nós dois precisamos descobrir quem é essa pessoa. E, assim, descobrimos mais sobre o personagem. É uma exploração constante. Eu também acho que meu senso de drama, de análise e de "mise-en-scène" são coisas que aprendi com o teatro. Mas eu fiz de curso tanto de cinema quanto de teatro. Eles caminham juntos para mim.

Você sabe alguma coisa sobre o cinema brasileiro?
O primeiro filme brasileiro que vi foi "Dona Flor e seus Dois Maridos". Eu amei esse filme e me apaixonou por Sônia Braga. É claro que eu também assisti "Central do Brasil" e, desde então, eu tento acompanhar os filmes brasileiros. "Cidade de Deus" é fantástico. Mas eu acho que existem muitas histórias vibrantes no cinema brasileiro. "Tropa de Elite 2" está em exibição na Noruega agora. Eu não vi ainda, mas está indo bem.

RETROSPECTIVA HANS PETTER MOLAND
QUANDO de hoje a domingo (20)
ONDE Cinemateca (lgo. Sen. Raul Cardoso, 207, Vila Clementino, zona sul, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3512-6111)
QUANTO R$ 8 e R$ 4 (meia-entrada)
CLASSIFICAÇÃO 14 anos

 

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