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14/01/2012 - 20h46

Paris expõe fotos do México visto por Cartier-Bresson e Strand

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LUIS MIGUEL PASCUAL
DA EFE, EM PARIS

A visão imediata da realidade captada pela Leica do francês Henri Cartier-Bresson e a preparação minuciosa da imagem pelo americano Paul Strand coincidiram nos anos 1930 em retratar um México agitado, de onde saíram dezenas de fotografias expostas agora em Paris.

Entre 1932 e 1934, os dois fotógrafos imortalizaram com suas particulares formas de trabalhar um país em plena ebulição, receptor de todas as vanguardas que contrastaram com suas arraigadas tradições.

"Essa exposição revela um encontro de dois olhares que ocorreu no início da década de 1930 em um México pós-revolucionário, dois fotógrafos com um ideal social e político intenso em um país que acolhia intelectuais e artistas de muitos lugares do mundo", disse à Agência Efe o diretor de assuntos visuais da Fundação Televisa, Mauricio Maillé, colaborador da mostra.

A Fundação Henri Cartier-Bresson recolheu uma centena de imagens feitas por ambos os artistas na ocasião, que podem ser vistas a partir desta semana até o dia 22 de abril na capital francesa.

Maillé destacou a importância de o país acolher dois dos grandes nomes da fotografia do século 20 no mesmo momento, uma época em que o México recebia exilados de diversos países da Europa, o que o permitiu descobrir as vanguardas artísticas do Velho Continente.

Strand aceitou o convite do Ministério da Educação mexicano para elaborar um documentário e, desde o primeiro instante, entrou em contato com a realidade do país.

Cartier-Bresson, ainda muito jovem, chegou ao México para participar de uma expedição etnográfica que nunca aconteceu, mas ficou encantado com o país e, para ficar, decidiu se dedicar ao cinema, o que o permitiu entrar em contato com Strand, embora este já tivesse retornado para Nova York.

Ambos não se encontraram no México, mas tinham em comum "a prática social da fotografia e um compromisso humanista", explica Maillé.

A partir dessas coincidências, cada um aplicou sua visão da fotografia, concebida pelo francês como "a busca do instante" e pelo americano como "a perseguição da alma das coisas", destaca a comissária da mostra e diretora da Fundação, Agnès Sire.

Esses dois talentos tão diferentes estiveram no mesmo país e na mesma época e ambos entenderam sua importância: "Compreenderam que era um momento político no qual o compromisso era muito importante", ressalta Agnès.

E os dois, segundo a comissária, puseram sua arte a serviço desse objetivo, de modelar a realidade social de um país em plena convulsão, pelos seus diferentes métodos, da reflexão da fotografia por Strand e do imediatismo do disparo fotográfico por Cartier-Bresson.

Para Agnès, as fotografias de Cartier-Bresson já apresentavam traços do surrealismo, uma vanguarda que demoraria ainda alguns anos para se consagrar, mas da qual o francês foi precursor.

 

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