Vocalista Yukimi justifica nome da banda Little Dragon

Não acredite na voz adocicada de Yukimi Nagano. Em poucas (e secas) palavras, ela faz questão de desconversar sobre o fato da banda Little Dragon (pequeno dragão) ter sido batizada dessa forma por causa de seu gênio difícil.

"Não me acho irritada, sou igual às pessoas normais, tenho meus momentos", diz a vocalista da banda sueca, atração do primeiro dia do Sónar paulistano.

Difícil foi partir para alguma conversa maior, economia de palavras parece ser o forte de Nagano. Ainda bem que no palco ela se transforma. Tambores improvisados, danças performáticas e outras graças fazem a imagem de "birrenta" de Nagano ir por terra. Ainda bem. Não combina com a delicadeza do repertório do Little Dragon.

Criada na década de 1990, a banda faz um som viajandão bem na linha trip-hop, cheio de batidas minimalistas desaceleradas , de claros arranjos "a la Depeche Mode" e outros mais soturnos oitentistas.

Dono de três discos, "Little Dragon", "Machine Dreams" e "Ritual Union", o grupo está em processo de criação de outro álbum. Alguma pista? Nome? "Não tem", responde a vocalista à Folha, novamente, sem esbanjar na verbalidade.

Outra marca do grupo é a participação em outros projetos musicais, como parcerias com o Damon Albarn no Gorillaz, TV on the Rádio e, atualmente, com o todo misterioso inglês SBTRKT, cuja identidade é um mistério.

Não era de se esperar que Yukimi soltasse grandes elucubrações sobre quem é o tal SBTRKT. "Ele é um homem um pouco misterioso. Basicamente entrou em contato conosco e fez um remix para nós, do "Machine Dreams", nosso segundo álbum, de que nós gostamos. Ele meio que tem seu próprio som. É uma pessoa realmente gentil. Com certeza foi divertido trabalhar com ele". Resposta simpática e cortês. Algo fora disso não combinaria com a dona de voz tão aveludada, mesmo que esta fosse um dito "dragão".