Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
29/05/2012 - 09h07

"Las Acácias" abre festival argentino em São Paulo

Publicidade

SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES

Um caminhão carregado de acácias se prepara para mais um trajeto entre Assunção, no Paraguai, e a capital argentina.

Rubén, motorista calejado e taciturno, faz essa viagem sozinho há 30 anos. Mas, um dia, tem a incumbência de levar uma mulher e um bebê.

São poucos os elementos que compõem "Las Acácias", filme de estreia do argentino Pablo Giorgelli, que é a principal atração do Festival de Cinema Argentino.

O evento, promovido pelo Cinemark em parceria com o Incaa (Instituto Nacional de Cine y Artes Visuales), acontece entre 1º e 6 de junho em São Paulo.

"Las Acácias" abre o evento, às 19h, e passa novamente no dia 3, às 21h. Apesar de singelo, esse "road movie" emotivo e latino-americano tem causado muito impacto mundo afora.

A produção estreou em Cannes, no ano passado, ganhou o prêmio Caméra D'Or e recebeu elogiosas críticas na Europa, na Argentina e no Brasil, durante a última Mostra Internacional de São Paulo.

Divulgação
Cena do filme "Las Acácias"
Cena do filme "Las Acácias"

"Não se trata de um filme sobre imigração, como o argumento pode sugerir, mas sim sobre a paternidade", conta Giorgelli à Folha.

O motorista, Rubén (Germán de Silva), a princípio trata mal Yacinta (Hebe Duarte) e sua filha, Anahí.

Aos poucos, porém, uma relação e uma cumplicidade são criadas, construídas de olhares e diálogos sucintos.

Ela lhe conta que fala guarani, ele revela ter um filho que não vê há oito anos.

O bebê escuta, observa, e conecta a todos ao longo do caminho, árduo e silencioso.

"Rubén é como as acácias que carrega, são árvores nobres, mas cheias de espinhos. Ele se defende do mundo externo. Ao mesmo tempo, carrega uma poesia, que Yacinta e Anahí são capazes de ler", diz o diretor.

Para Pablo Giorgelli, "Las Acácias" se inscreve na tradição do cinema argentino mais intimista, porém, considera que a produção de seu país tem se diversificado.

"Hoje se fazem filmes sobre diversos temas, assim como o Brasil tem deixado de fazer filmes apenas sobre o sertão e a favela. São cinematografias que estão amadurecendo", avalia.

O diretor ainda afirmou que acha muito falha a distribuição de produções no continente. "O lugar onde menos se veem filmes latino-americanos é a América Latina. Uma triste ironia."

Integra, ainda, a seleção do evento a comédia "Los Marziano" (2/6 e 5/6, às 19h), de Ana Katz, que conta com Guillermo Francella (do filme argentino "O Segredo dos Seus Olhos", ganhador do Oscar) no elenco.

A programação completa do festival pode ser conferida no site www.cinemark.com.br/festival-argentino.

FESTIVAL DE CINEMA ARGENTINO
QUANDO de 1º a 6 de junho
ONDE Shopping Cidade Jardim (av. Magalhães de Castro, 12.000; tel. 0/xx/11/3552-1000)
QUANTO de R$ 20 a R$ 25

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página