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Famoso autorretrato de Da Vinci está em péssimo estado
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DA REUTERS
Leonardo da Vinci está doente e ninguém sabe de fato se ele será capaz de receber visitantes outra vez.
Especialistas em conservação e restauração de arte recentemente concluíram semanas de exames no famoso autorretrato de um dos maiores gênios da história, pintado no início dos anos 1500 quando ele era sexagenário.
E o diagnóstico é decididamente sombrio.
Os estudos não invasivos confirmaram os piores temores dos especialistas: o desenho está seriamente danificado e se deteriorando e qualquer restauração seria delicada e arriscada, para dizer o mínimo.
"Eu acho que devemos pensar bem antes de fazer qualquer coisa a esse rosto muito familiar", disse Jane Roberts, bibliotecária real e curadora da Sala de Reproduções do Castelo de Windsor.
"Mas podemos contar bem mais sobre ele ao continuar fazendo perguntas", ela disse em uma coletiva de imprensa em Roma.
O pequeno desenho do mestre renascentista, que mede 33,5 centímetros por 21,6 centímetros, mostra Leonardo com olhos pensativos e inchados, sobrancelhas grossas e uma barba solta.
O autorretrato, feito com giz vermelho sobre papel, está sofrendo do que os restauradores de arte chamam de "foxing", um termo genérico para manchas, marcas e pintas --sinais que não deveriam estar ali.
O foxing pode ser causado pela oxidação da pigmentação que Leonardo usou, por fungos no papel que foi feito de cânhamo, linho e lã, ou ainda por ferrugem do ferro presente nos pigmentos.
A testa de Leonardo, o nariz aquilino e as bochechas gordas dão a impressão de que ele tem um caso grave de sarampo.
"Porque essa é uma obra-prima, a prudência prevaleceu", disse Maria Cristina Misiti, chefe do Instituto Central para Restauração e Conservação de Arquivos e Patrimônio de Livros da Itália.
"É assustador lidar com uma obra de arte desta magnitude e exclusividade", ela disse.
A decisão sobre restaurar o desenho será difícil e será tomada pela Biblioteca Real de Turim, o instituto de restauração e os cientistas.
O desenho foi adquirido pelo rei Carlo Alberto de Savoia em 1839 e foi bem preservado na Biblioteca Real por quase cem anos. Mas em 1929 foi emoldurado e pendurado na parede, sendo exposto à luz do sol.
"Vamos continuar estudando-o para diagnosticá-lo. Todos concordam com isso", disse Misiti.
O desenho, que é mantido em uma catacumba em Turim, foi mostrado em uma exibição extremamente rara por dois meses no ano passado em relação às celebrações pelo 150º aniversário da unificação da Itália.
Mas os especialistas dizem que qualquer outra exibição seria por breves períodos e com um número limitado de visitantes porque, como qualquer velho doente, Leonardo vai precisar do que os especialistas chamam de "longos períodos de descanso".
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