Publicidade
Publicidade
Maestro Yuri Azevedo, 20, segue caminho e cabelos de Dudamel
Publicidade
IVAN FINOTTI
DE SÃO PAULO
Ele tem a cara, os cabelos desgrenhados e o sorriso de Gustavo Dudamel. Tem a mesma profissão. E até seu apelido é inspirado no festejado maestro venezuelano. Mas Yuri Azevedo, que está se iniciando agora nas artes da regência, fecha a cara quando ouve a comparação.
"Prefiro quando dizem que pareço o Caetano da vanguarda", diz o rapaz de 20 anos, que no domingo (22) foi premiado com o prêmio Eleazar de Carvalho, distinção máxima do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão.
Afinal, "Caetano também é baiano", completa "Yurimel", como lhe chamam seus amigos quando querem provocá-lo.
"O prêmio de Yuri é importante porque o festival nunca o havia concedido a um estudante de regência", disse Arthur Nestrovski, diretor artístico do evento e da Orquestra Sinfônica do Estado de SP.
Garantiu ao rapaz uma estadia de nove meses com bolsa de US$ 1.400 (R$ 2.830) em um instituto americano.
"Yuri é o próximo grande maestro brasileiro", afirmou Nestrovski. "Ele rege sorrindo e com prazer. Quando dissemos para ele conduzir a peça 'Batuque' na premiação, Yuri nem quis olhar a partitura. Sabia decorado."
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
Yuri Azevedo, que venceu o prêmio do Festival de Campos do Jordão |
ANGÚSTIA
Com cerca de dez peças eruditas já gravadas em sua jovem mente, Yurimel (ops...) quer muito mais: "Prefiro decorar. No palco, ler a partitura, que traz inscrições como 'alerta nessa passagem', me deixa angustiado."
Ele cita seus favoritos: Beethoven, Bach, Mozart, Debussy e Heitor Villa-Lobos.
De família simples, o prodígio baiano ajuda as contas da casa com os R$ 1.500 que recebe de bolsa em Salvador. Nada de roupas de marca ou de carro por enquanto: "Reservo para comprar partituras. São caras".
Originário de Cabula, bairro de classe média de Salvador, filho de um técnico de informática e de uma dona de casa, tinha 16 anos, uma bateria e queria ser sambista quando conheceu o Neojiba.
É um projeto para jovens que visa a formação de músicos eruditos e funciona no Teatro Castro Alves (seu irmão menor, Caio, pratica violino no mesmo local).
O Neojiba (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia), aliás, se fundamenta no programa social venezuelano "El Sistema", que funciona desde 1975 e revelou o maestro Gustavo Dudamel, 31, hoje diretor da Filarmônica de Los Angeles.
Apesar de preferir música clássica a axé, barroca a pagode, e romântica (do século 19) a sertanejo, Yuri admite ouvir um rock às vezes. "Gosto de Radiohead e de bandas dos anos 1980, mais leves."
Mas como um maestro erudito reage ao ouvir um pá-pum básico como Rolling Stones? Seria uma música simples demais?
"É verdade, acontece. São sempre os mesmo acordes.... Isso me deixa um pouquinho angustiado."
+ CANAIS
+NOTÍCIAS EM ILUSTRADA
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alice Braga produzirá nova série brasileira original da Netflix
- Sem renovar contrato, Fox retira canais da operadora Sky
- Filósofo e crítico literário Tzvetan Todorov morre, aos 77, em Paris
- Quadrinhos
- 'A Richard's estava perdendo sua cara', diz Ricardo Ferreira, de volta à marca
+ Comentadas
- Além de Gaga, Rock in Rio confirma Ivete, Fergie e 5 Seconds of Summer
- Retrospectiva celebra os cem anos da mostra mais radical de Anita Malfatti
+ EnviadasÍndice