Clássicos de Roberto Carlos ganham versão eletrônica

Há meses, o DJ e produtor Felipe Venâncio vasculha a obra de Roberto Carlos. Não a que se encontra nas lojas de discos, mas, sim, as caixas guardadas nas gravadoras, em que estão versões originais de clássicos como "Calhambeque" e "Jesus Cristo".

Nas mãos dele e de produtores como o norte-americano Erick Morillo e os brasileiros Marky, Marlboro, Memê, DJ Hum, Zé Gonzales, DJ Dolores, BiD e Kassin, entre outros, essas músicas serão repaginadas e reunidas em "Reimixed", álbum que deve ser lançado em setembro.

"Vamos manter a estrutura original das composições", explica Venâncio. "As músicas vão ganhar uma nova roupagem, para que sigam como um clássico por mais tempo, mas ninguém vai alterar a voz do Roberto."

	Karime Xavier/Folhapress
	O DJ Felipe Venâncio (à dir.) e seu sócio, Tuta

Por isso, o cuidado em ter as gravações originais, diz Venâncio. Com essas "masters", os produtores poderão alterar a estrutura das canções, recriando-as em ritmos como reggae, house ou funk sem, no entanto, transformar seus vocais nos de um robô.

A ideia, lembra Venâncio, não é nova. Nos início dos anos 2000, a gravadora Sony encomendou, de diversos DJs, remixes para faixas do cantor, que seriam reunidos em um CD.

"Não sei porquê, mas na época não foi lançado", conta Venâncio, ele próprio um dos convidados. "A proposta era passar a música do Roberto por vários estilos eletrônicos, e alguns não favorecem suas composições", diz ele.

"O Roberto Carlos dos anos 1960, por exemplo, tem mais a ver com o drum'n'bass do que com a house."

Venâncio decidiu resgatar o projeto após uma experiência como DJ num dos cruzeiros-espetáculo de Roberto.

Em dúvida sobre o que tocar, ele mostrou alguns remixes e descobriu que as pessoas adoravam dançar ao som desse novo Rei, mas não havia faixas suficientes para embalar a noite toda.

Roberto Carlos ainda não ouviu "Reimixed", mas, segundo Venâncio, aprovou a proposta. "Quando o conheci, ele me agradeceu por misturar minha arte a dele."