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16/08/2012 - 04h29

Peça de Harold Pinter retrata família em transformação

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GABRIELA MELLÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A poltrona puída que ocupa o centro do palco é o trono da casa. Na primeira cena de "A Volta ao Lar", obra-prima de Harold Pinter que estreou ontem em São Paulo, é ocupada pelo patriarca Max. Na última, é sua nora quem posa de soberana, rodeada pelos cunhados e o sogro.

A mudança sintetiza a radical transformação retratada nessa casa de classe média pelo dramaturgo inglês, que recebeu quatro prêmios Tony pela peça de 1965, incluindo o de melhor texto.

Quando Teddy, filho pródigo de uma família medíocre composta apenas por homens, retorna ao antigo lar para apresentar sua mulher, Ruth, aos parentes, a frágil ordem do local se rompe.

Ruth surge como um corpo estranho num ambiente que carece de todas as formas de feminino. "A vulnerabilidade desses homens supostamente fortes e cheios de si vem à tona com a chegada dela", sintetiza o diretor Bruce Gomlevsky, que vive em cena o irmão desocupado Lenny.

Guga Melgar/Divulgação
Atores contracenam na peça "A Volta ao Lar"
Atores contracenam na peça "A Volta ao Lar"

O elenco conta ainda com Arieta Correa, Milhem Cortaz e Tonico Pereira, entre outros. Este último concorre ao prêmio Shell pelos contornos tragicômicos dados ao personagem Max. "Nunca estudei. Minha grande pesquisa é o ser humano", declara ele.

Ruth é uma mulher enigmática, de passado suspeito e personalidade indefinível. Num jogo que flerta com o absurdo, estreita laços sexuais com os irmãos do marido.

Segundo Correa, que vive a personagem, suas ações são apenas aparentemente ditadas pelos homens: "É ela quem dá as cartas. Quem achar que esse texto é machista não entendeu nada".

Ao retratar a transformação da sociedade, "A Volta ao Lar" causou rebuliço quando estreou --inclusive no Brasil, com Fernanda Montenegro e Sergio Britto. Na opinião de Gomlevsky, a obra permanece atual. "Está cada vez mais difícil manter uma estrutura familiar careta", diz.

A VOLTA AO LAR
QUANDO sex. e sáb., às 21h; dom., às 18h; até 9/12
ONDE Sesc Consolação (r. Dr. Vila Nova, 245; tel. 0/xx/11/3234-3000)
QUANTO de R$ 8 a R$ 32
CLASSIFICAÇÃO 16 anos

 

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