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Formar leitor não é parte determinante das feiras, diz diretor de centro de fomento
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MARCO RODRIGO ALMEIDA
DE SÃO PAULO
Para Fernando Zapata López, diretor do Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e no Caribe (Cerlalc), a formação de leitores não é a parte determinante das feiras literárias.
O colombiano esteve em São Paulo entre os dias 10 e 11 de agosto para participar do segundo Encontro Íbero-americano de Feiras de Livros, que ocorreu na Bienal do Livro de São Paulo.
López contou que o encontro busca fortalecer a cooperação das feiras literárias da região.
Em entrevista, ele elogiou a organização da Bienal de São Paulo, defendeu a presença de celebridades da TV nas feiras e apontou problemas que atravancam o desenvolvimento dos eventos literários na América Latina.
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Folha - Editores brasileiros têm dito que a Bienal do Livro de São Paulo vive um dilema entre ser um evento puramente comercial, para vender livros, ou ser um espaço para debater a literatura e promover a leitura. Qual é, para o senhor, a principal função de uma Bienal?
Fernando Zapata López - Uma feira literária, seja de curta ou longa duração, não pode fazer muito para formar leitores, para mudar os hábitos de leitura. A formação de leitores não é a parte determinante de uma feira.
As feiras são importantes para promover os livros, aproximar livros e autores do público de massa. Servem de espaço para formar agentes de promoção da leitura. E propiciar acesso ao livro é também é promover o hábito de leitura.
O senhor acha que os modelos das feiras literárias ficou ultrapassado depois da internet e da proliferação de grandes livrarias?
É incontestável que a tecnologia aproximou os livros dos leitores. Mas também é certo que, mesmo nos países onde o comércio eletrônico tem um maior grau de desenvolvimento, as feiras de livros mantêm sua vigência como eventos culturais e literários.
Na América Latina, onde a penetração do livro eletrônico é muito baixa, as feiras seguem sendo eventos de grande importância.
Quais são os principais problemas das feiras literárias da América Latina?
Em geral, as feiras enfrentam problemas de caráter comercial para poder cobrir os custos de um grande salão de exposição. Muitas vezes as feiras também acontecem em datas muito próximas, o que dificulta a presença dos selos editoriais e dos autores. Podia acrescentar, também, a dificuldade de ampliar o acesso ao grande público por causa da dificuldade gerada pela cobrança de ingresso.
Muitos escritores no Brasil reclamam que na Bienal o debate literário perdeu espaço para as celebridades da música e da TV. O que o senhor acha disso?
É incontestável que figuras icônicas no âmbito do público podem contribuir para gerar uma aproximação com o livro. É por isso que, de alguma maneira, pode ser importante que figuras reconhecidas por crianças, jovens, e adultos sejam veículos importantes para promover a leitura.
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