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04/09/2012 - 03h24

Grupo fundado por Brecht apresenta 'Mãe Coragem' no festival de Porto Alegre

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GABRIELA MELLÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Berliner Ensemble, grupo de teatro fundado pelo dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956), nasceu em 1949 com a encenação de "Mãe Coragem e seus Filhos".

Com a montagem, o grupo inaugurou a difusão de seu teatro épico e, com ele, criou uma nova maneira de conduzir a plateia à reflexão crítica.

O Berliner Ensemble revê suas origens ao reencenar "Mãe Coragem...", sob a batuta de Claus Peymann, diretor do coletivo desde 1997.

O espetáculo é destaque da 19ª edição do Porto Alegre em Cena, festival internacional de artes cênicas que começa nesta terça (4) e se estende até dia 24/9.

Luciano Alabarse, coordenador do evento, considera a peça de Peymann um dos pontos altos do festival, cuja programação reúne artistas como Bob Wilson, Ariane Mnouchkine e Peter Brook.

Divulgação
Cena de "Mãe Coragem e seus Filhos"
Cena de "Mãe Coragem e seus Filhos"

O Berliner Ensemble representa a cristalização histórica e teatral das experiências acumuladas por Brecht.

As teorias deste dramaturgo, encenador e pensador alemão alimentam o teatro do Brasil desde a fundação do Teatro Arena, no final dos anos 1950, e continuam influenciando grupos politizados, como a Cia. do Latão.

A vinda do Berliner é, assim, uma oportunidade rara para brasileiros refletirem sobre a herança do alemão na arte contemporânea --a única vez em que o grupo esteve aqui foi em 1997, com a peça "A Resistível Ascensão de Arturo Ui".

INSTITUIÇÃO MORAL

De maneira geral, o atual diretor do grupo mostra-se sintonizado com os ideais brechtianos.

"Vejo o teatro como uma instituição moral que contribui para um mundo mais justo e nunca apoia o Estado, crença que se confunde com a de Brecht", explicou Paymenn à Folha.

Sua encenação de "Mãe Coragem..." critica a violência do mundo de hoje mantendo-se fiel ao texto original.

A história sobre a vendedora ambulante Ana F., que perde propriedade, filhos e amor na guerra, surge intacta em cena. "Trata-se de uma peça tão atual que poderia ter sido escrita agora", justifica.

Ele permite somente algumas modificações imagéticas, como o palco em formato circular, evocando as tragédias gregas, e torres de luz, que representam, segundo revela, "torres de vigília de campos militares".

Em novembro, o Berliner mostra em São Paulo uma faceta menos tradicionalista, dando provas de flexibilização em relação às doutrinas de seu fundador.

É que o grupo vai apresentar duas montagens dirigidas por Bob Wilson, encenador norte-americano habituado a desconstruir clássicos.

Em "A Ópera dos Três Vinténs", ele revisita Brecht sem qualquer reverência. Faz o mesmo com o autor alemão Frank Wedekind (1864-1918) em "Lulu".

"Redescubro clássicos pensando nas gerações futuras. Vejo meu trabalho como um desdobramento de conhecimento", diz Wilson.

MÃE CORAGEM E SEUS FILHOS
QUANDO dias 6, 7 e 8, às 20h
ONDE Theatro São Pedro (pça. Marechal Deodoro, s/nº; tel. 0/xx/51/3227-5100)
QUANTO R$ 80
CONFIRA a programação completa no site www2.portoalegre.rs.gov.br/poaemcena

 

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