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06/09/2012 - 06h37

Italiano é aplaudido com longa baseado em caso real de eutanásia

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RODRIGO SALEM
ENVIADO ESPECIAL A VENEZA

A imprensa italiana estava aguardando ansiosamente um longa local para o qual pudesse torcer na premiação da 69ª edição do Festival de Cinema de Veneza, que se encerra no sábado.

O diretor Marco Bellocchio nem precisou esforçar-se em "Bella Addormentata" ("A Bela Adormecida") para ganhar essa torcida.

O filme foi um dos mais aplaudidos do evento, mas talvez seja italiano demais para o júri comandando pelo americano Michael Mann.

Bellocchio usa o episódio real da polêmica morte de Eluana Englaro por eutanásia, em 2009, para debater sobre política, religião e amor.

Tiziana Fabi/France Presse
Marco Bellocchio (à esq.) e Pier Giorgio Bellocchio em Veneza
Marco Bellocchio (à esq.) e Pier Giorgio Bellocchio em Veneza

"A morte dela me afetou profundamente e seria errado usar o filme como a bandeira de uma ideologia", diz o diretor de filmes como "Irmãs Jamais" e "Vincere".

"Não quis mostrar muito o ódio, por isso todos os personagens possuem algo de bom, independente do que sentem", explica o cineasta.

Na órbita do caso de eutanásia há uma atriz famosa (Isabelle Huppert) que se entrega à religião na esperança que sua filha em coma acorde, uma garota católica (Alba Rohrwacher) que se apaixona por um rapaz contrário a suas crenças, e um médico (Pier Giorgio Bellocchio, filho do diretor) em busca de salvar uma "junkie" suicida (Maya Sansa).

BOM OLHO

Bellocchio obtém ótimas interpretações, mas o longa só ganha peso na brilhante crítica ao governo do ex-primeiro-ministro Berlusconi com a linha narrativa do senador (Toni Servillo) e seus encontros com os colegas de bancada e um psiquiatra (Roberto Herlitzka) na sede do partido.

"Aquilo lembrou-me do inferno de Dante", brinca Herlitzka, a melhor coisa de "Bella Addormentata".

 

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