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06/09/2012 - 12h15

Kiko Dinucci e Juçara Marçal celebram universo de Jorge Amado

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DE SÃO PAULO

Kiko Dinucci e Juçara Marçal vão celebrar, em música, o centenário de Jorge Amado na noite desta quinta-feira (6), na Casa de Francisca, em São Paulo.

No encontro, promovido pela Companhia das Letras, editora que publica os livros do autor no Brasil desde 2008, os músicos paulistanos vão interpretar canções compostas pelo escritor baiano --que teria completado cem anos de vida em 10 de agosto-- e músicas que fizeram parte de trilhas sonoras de filmes e novelas baseadas em sua obra.

"Toda a profundeza do mar, toda a tristeza da morte, toda a grandeza dos segredos do mundo parecem estar engendrados ali de uma maneira simples e mágica", diz Juçara Marçal sobre a indispensável "É Doce Morrer no Mar", de Amado e Caymmi.

"Cantiga de Cego", tema da novela "Terras do Sem Fim", e "Alegre Menina", outras duas parcerias de Amado e Caymmi também aparecem na seleção da dupla.

Também está no repertório "Poema da Farra", do angolano Ruy Mingas, que traz "um olhar de um estrangeiro para a obra do Jorge Amado, no caso, [o livro]'Jubiabá'", complementa Marçal.

Kiko Dinucci, que se "encontrou" com o escritor pela primeira vez na adolescência ao ler "Capitães de Areia", diz ter se deparado novamente com o autor por conta de seu "contato com o candomblé". "'Jubiabá', por exemplo, é um nome muito difundido no sudeste por conta do babalorixá Joãozinho da Goméia", explica.

Dinucci também incrementará o show com composições próprias e parcerias, com temas que abarcam divindades africanas e afro-brasileiras presentes na cultura baiana e no legado de Jorge Amado.

Kiko Dinucci e Juçara Marçal costumam dividir o palco Brasil afora em diversos projetos musicais. Em 2007, eles lançaram juntos o disco "Padê". No ano passado, a dupla gravou com o saxofonista Thiago França o primeiro álbum do projeto Metá Metá, um dos mais elogiados do ano.

Leia abaixo comentários dos artistas sobre Amado e o repertório da noite:

Divulgação
Kiko Dinucci e Juçara Marçal cantam Jorge Amado nesta quinta, na Casa de Francisca, em São Paulo
Kiko Dinucci e Juçara Marçal cantam Jorge Amado nesta quinta, na Casa de Francisca, em São Paulo

KIKO DINUCCI

Conheci Jorge Amado na adolescência através de "Capitães de Areia". Esse livro me levou a outros autores como Graciliano Ramos e Guimarães Rosa.

Me deparei anos depois com Jorge Amado por conta do meu contato com o candomblé. "Jubiabá", por exemplo, é um nome muito difundido no sudeste por conta do babalorixá Joãozinho da Goméia.

Reencontrei Jorge também nas obras [do ilustrador] Carybé e [do fotógrafo] Pierre Verger, esses artistas que reinventaram, de certa maneira, a Bahia, o imaginário da cidade de Salvador e além.

Gosto muito da canção "É Doce Morrer no Mar", parceria dele e de Dorival Caymmi, pelo clima melancólico, delicado e ao mesmo tempo violento. Cantaremos duas canções inspiradas no livro "Jubiabá", uma é do grande artista baiano Gerônimo, de quem sou muito fã, e o outro é "Poema da Farra", de Fausto Bordalo e Mario Antonio, com versão do angolano Ruy Mingas.

JUÇARA MARÇAL

Conheci a obra de Jorge Amado na escola. Com "Jubiabá", "Capitães de Areia", "Gabriela", "Tereza Batista Cansada de Guerra" e "Farda, Fardão, Camisola de Dormir", entre outros. Uns faziam parte do currículo escolar, outros fui descobrindo depois, por admirar o jeito de Amado contar suas histórias.

Uma escrita que une simplicidade, exatidão e muito colorido local. É muito prazerosa e envolvente. Tanto que, quando tempos depois conheci a Bahia, a impressão era de que já havia estado ali. Suas cores, paisagens, personagens reais de certa forma já habitavam minha memória, decalcados das histórias de Amado.

Do show, sem dúvida nenhuma, a que mais me emociona cantar é a parceria dele com Dorival Caymmi, "É Doce Morrer no Mar". Toda a profundeza do mar, toda tristeza da morte, toda a grandeza dos segredos do mundo parecem estar engendrados ali de uma maneira simples e mágica. A versão do Ruy Mingas para o "Poema da Farra", pelo interessante de trazer um olhar de um estrangeiro para a obra do Jorge Amado, no caso, "Jubiabá".

E, claro, "Obá Iná", música de Douglas Germano, canção em que a divindade Xangô é o tema.

*

REPERTÓRIO
"É Doce Morrer no Mar" (Amado/Caymmi)
"Alegre Menina" (Amado/Caymmi)
"Poema da Farra" (Mário Antonio Oliveira/Ruy Mingas)
"Jubiabá" (Gerônimo)
"Caravana" (Geraldo Azevedo)
"Obá Iná" (Douglas Germano)
"São Jorge (Kiko Dinucci)
"Ciranda para Janaína" (Jonathan Silva/Kiko Dinucci)
"Atotô" (Kiko Dinucci)
"Abo Que/Padê Onã" (Douglas Germano)
"Oranian" (Kiko Dinucci/Douglas Germano)

*

KIKO DINUCCI E JUÇARA MARÇAL CANTAM JORGE AMADO
ONDE: Casa de Francisca (r. José Maria Lisboa, 190, Jardins, tel. 0/xx/11/3052-0547)
QUANDO: quinta (6), às 21h30
QUANTO: R$ 35

 

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