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21/09/2012 - 04h31

Humor da TV ganha versão em pelúcia

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VANESSA THORPE
DO "GUARDIAN"

O lançamento de "Ted", uma comédia grosseira sobre um boneco de pelúcia desbocado, ganha outra dimensão quando o nome por trás dela é Seth MacFarlane, 38.

Crítica: Roteiro fraco transforma boa premisse em desfile tedioso de piadas manjadas

"Não há nada no filme que ofenda a minha mãe", diz o homem aclamado e criticado há mais de uma década como o "gênio do mal" responsável pelas animações "Family Guy" e "American Dad!".

Nascido em Connecticut (EUA), MacFarlane diz que seu senso de humor vem de família, especialmente de sua mãe. "Ela era capaz de entreter os amigos contando como masturbou seu cachorro."

Estudante de animação na Rhode Island School of Design, ele criou curtas que atraíram os estúdios Hanna-Barbera, seguidos pela Fox.

Universal Pictures/Associated Press
John, interpretado por Mark Wahlberg, ao lado de Ted
John, interpretado por Mark Wahlberg, ao lado de Ted

"Pedi US$ 1 milhão para produzir um piloto. Eles liberaram US$ 50 mil e disseram que, se fizesse algo bom com isso, teria um programa", conta MacFarlane.

Nasceram assim os Griffin de "Family Guy" (no Brasil, "Uma Família da Pesada"), que formam com os Simpsons e os garotos de "South Park" um trio dedicado a atacar toda e qualquer convenção.

MacFarlane é um dos mais bem pagos roteiristas e diretores de TV. Sua fortuna ultrapassa R$ 200 milhões, resultado dos colossais índices de audiência de seus desenhos ganhadores de Emmy.

Não satisfeito com o sucesso material, MacFarlane também assume um comportamento subversivo e glamuroso. Como o protagonista humano de "Ted", John Bennett, interpretado por Mark Wahlberg, ele não amadurece e continua obcecado por seus interesses adolescentes.

A imprensa alimenta fofocas sobre um possível caso com Cameron Diaz, embora muito tenha sido falado a respeito de sua aparição na pré-estreia de "Ted" com Rumer Willis, a filha de 23 anos de Bruce Willis e Demi Moore.

CONTRA A MORAL

MacFarlane desenvolveu uma sofisticada capacidade de esculhambar valores queridos aos americanos trabalhando dentro de um dos mais conservadores conglomerados de mídia.

Democrata declarado e defensor de causas como os direitos dos homossexuais, ele ataca o que chama de "moral dominante de direita" em praticamente todos os episódios de suas séries.

Notáveis polêmicas em "Family Guy" incluem mostrar Tom Cruise como um gay sequestrador e criar uma versão antissemita da música de "Pinóquio", da Disney -que acabou não indo ao ar.

Parte da crítica americana não ficou convencida de que "Ted" tem o poder de chocar que os fãs de MacFarlane esperam dele.

O diretor estreante em longas, que escreveu o roteiro e também faz a voz do urso de pelúcia, deve ter ficado chateado com a resenha do "New York Times" que chamou o filme de "inofensivo", com "um roteiro escrito por um garoto de 13 anos sem limite de acesso à TV a cabo".

"Não estou ficando bonzinho", diz MacFarlane. E exibe como prova o roteiro repleto de sexo à beira do explícito e piadas escatológicas. "Tenho muito para mostrar."

Tradução de THALES DE MENEZES

 

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