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Belinky, Rocha, Bojunga e Ziraldo lideram ficção infantil brasileira
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MARCO RODRIGO ALMEIDA
DE SÃO PAULO
Juntos eles têm 333 anos, mais de 500 livros publicados e, por baixo, uns 15 milhões de títulos vendidos. Dificilmente uma criança que passou pela escola não conhece, pelo menos, um deles.
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É assim, superlativo, o mundo de quatro dos principais escritores infantojuvenis do Brasil: Tatiana Belinky, Ruth Rocha, Lygia Bojunga e Ziraldo.
Os três últimos têm outra coisa em comum, passaram recentemente dos 80 ou estão quase lá.
Rocha completou oito décadas de vida em 2011. Bojunga, no mês passado. Ziraldo vai receber em outubro uma grande festa em Caratinga (MG), sua cidade natal, para celebrar a data.
Belinky já passou da casa dos 80 há algum tempo, mas basta cinco minutos de bate-papo para a espevitada autora convencer qualquer um de que 93 anos, completados em março, são pura fantasia, como suas saborosas histórias.
Para celebrar as datas, a Folha conversou com três dos quatros escritores. Bojunga está na Inglaterra e não quis dar entrevista.
Ziraldo define que a velhice só chega para quem já passou dos 80 anos. Se estiver certo, eles têm disfarçado muito bem.
Leticia Moreira/Folhapress | ||
O escritor Ziraldo, que completa 80 anos em outubro |
JUCA PATO
Quem conhece Belinky diz que a autora não precisa de nenhuma razão especial para estar de ótimo humor.
Mas, quando recebeu a reportagem em sua casa no bairro do Pacaembu, em São Paulo, na última quinta, ela tinha sim um motivo especial para comemorar.
Belinky ganhou nesta semana o Troféu Juca Pato, atribuído pela União Brasileira de Escritores a seu livro "Língua de Crianças - Limeriques às Soltas", de 2011.
Neste ano, já lançou mais dois, escritos, como sempre, à mão, em pequenos cadernos. Outros dois, uma ficção e uma coletânea com suas peças, já estão sendo planejados. Como se não bastasse, ainda arranja tempo para fazer palestras em escolas e receber crianças em sua casa.
"O contato com elas é muito prazeiroso. Eu adoro criança, amo escrever para elas. Na verdade, sou um pouco criança", diz, com uma gargalhada gostosa que aperta seus olhos pequenos.
É uma das feições típicas da "tatianice", termo que cunhou para definir seu humor nonsense e disparatado.
Belinky nasceu em São Petersburgo (Rússia), em 1919. Mudou-se para o Brasil com a família quanto tinha dez anos. Eles fugiam de perseguições políticas na antiga União Soviética.
Belinky já falava russo e alemão e aprendeu, em pouco tempo, o português. A paixão pelas línguas, diz, é uma das causas de seu sucesso.
"Meu estilo é coloquial, lúdico. Surge naturalmente, não me esforço. Por isso as crianças gostam."
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