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Desfiles de Milão trazem o pink como o novo preto
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VIVAN WHITEMAN
ENVIADA ESPECIAL A MILÃO
O pink (e variações de rosa) é o novo preto. Assim decretam algumas das principais grifes que desfilaram na Semana de Moda de Milão.
A Gucci apostou forte no pink, em looks inteiros, maciços, esculturais. Vestidos com abas e babados firmes, cores sólidas e vibrantes, seguindo os cortes certeiros do purismo --gêmeo quase idêntico do minimalismo e uma das novas palavras de ordem do vocabulário fashion.
Na Versus, a dupla formada pela bombshell da melhor idade, Donatella Versace, e pelo garotão escocês Christopher Kane fez do pink gritante a estrela de sua coleção estilo boneca plástica.
A cor brilhou mais que a também berrante e intensa Beth Ditto, escalada para cantar durante o desfile.
O rosa deu as caras na Prada, em versão açucarada e combinada com vermelho-sangue. Também apareceu com laranja e vermelho na Versace e, em versões rosinha-pele, em desfiles como o da Bottega Veneta.
Stefano Rellandini/Reuters | ||
Look pink no desfile da Gucci, em Milão |
Mas o que o rosa estaria fazendo de volta num momento em que a moda se prepara para uma nova transição do look "over" (ou seja, a estética do exagero) para algo mais austero, na linha uniforme?
O que o pink, conhecido como a cor de patricinhas e peruas, estaria fazendo numa temporada que não só caminha segundo o novo purismo fashion como também resgata uma das mães do minimalismo, a alemã Jil Sander?
Após hiato de oito anos, a designer voltou às passarelas italianas à frente da grife que leva seu nome.
A resposta está na cartilha de um dos ícones da moda mundial: a lendária editora de moda Diana Vreeland.
Essa francesa ajudou a construir, nos EUA, o prestígio de revistas como "Harper's Bazaar" e "Vogue".
São clássicos os retratos femininos que criou com o fotógrafo Richard Avedon (cujo trabalho foi uma das inspirações do desfile da Gucci).
Diane certa vez disse que "o pink era o azul-marinho da Índia", explicando que o rosa ocupava, nas roupas casuais daquele país, papel equivalente ao do azul escuro na França. Era uma cor nacional indiana e, portanto, estava nas roupas do dia-a-dia das mulheres comuns.
A Índia e outros países orientais endinheirados (os vermelhos de Japão e China também fazem parte da cartela da vez) são inspirações vindas de relatórios de vendas das marcas e estão na ponta da língua dos estilistas. Aí é fazer as contas: basta pegar uma cor simbólica do repertório estético de um mercado emergente e mudar o tom do minimalismo ocidental em preto-e-branco.
O pink é o novo preto, que, por sua vez, é o azul-marinho da francesa Diana na versão globalizada, segundo os EUA e as antigas potências europeias. E a moda, na matemática do mercado capitalista, segue substituindo variáveis, sistematicamente.
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