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18/10/2012 - 03h33

Mostra de SP é aberta com filme que expõe cicatrizes da ditadura chilena

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RODRIGO SALEM
DE SÃO PAULO

O ator Gael García Bernal, 33, não fazia ideia do quão especial seria seu novo longa, "No", ao topar o convite do diretor chileno Pablo Larraín em um jantar em Santiago.

Crítica: 'No' mostra que é possível fazer cinema comercial não publicitário
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"Vamos ver aonde ele vai nos levar", disse à Folha um dia após a exibição do filme em Cannes, em maio.

A resposta à divagação do mexicano não demorou. "No" venceu a Quinzena dos Realizadores, mostra paralela mais importante do festival, e abre nesta quinta (18) a 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em uma sessão para convidados no Auditório Ibirapuera.

Divulgação
Cena do filme "No", do chileno Pablo Larraín, protagonizado por Gael García Bernal
Cena do filme "No", do chileno Pablo Larraín, protagonizado por Gael García Bernal

O longa conta a história de um publicitário (Bernal) que trabalha na campanha pelo "Não" no plebiscito que decidiria se o ditador Augusto Pinochet (1915-2006) ficaria no poder do Chile, em 1988.

Como um Don Draper (da série "Mad Men") politizado, o personagem utiliza artifícios de propaganda para criar a ilusão de um futuro promissor --o que era encarado como uma afronta à ideologia de quem combatia a ditadura.

"O filme mostra que, se queríamos ganhar, precisaríamos usar as mesmas armas da oposição", afirma o ator.

"Naquele momento, os publicitários necessitavam das promessas de que o Chile seria mais ensolarado."

O filme de Larraín, parte da "trilogia da ditadura" --iniciada por "Tony Manero" (2008) e continuada por "Post Mortem" (2010), ambos também em exibição nesta Mostra--, foi filmado com câmeras de vídeo da década de 1980 para reforçar o clima de época.

Mas os questionamentos políticos são atuais. "Eleições são uma bagunça em qualquer canto do mundo. Ter só a democracia não basta mais. Precisamos pensar no que vamos fazer agora", diz Bernal.

"Somos jovens na compreensão do jogo democrático. A primeira contradição da democracia é saber viver com o fato de que alguém vota diferente de você."

 

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