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Cineasta filipino revê sequestro de civis em novo filme
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LEONARDO CRUZ
EDITOR DO "TEC"
Foi há alguns anos, ao ler o relato de um sobrevivente, que o diretor filipino Brillante Mendoza decidiu voltar sua câmera para um dos episódios mais marcantes da história recente de seu país: o sequestro de 20 pessoas (estrangeiros e locais) pelo grupo terrorista islâmico Abu Sayyaf em um resort, em maio de 2001.
Crítica: Diretor de thriller político só peca ao não tomar partido
Durante mais de um ano, Sayyaf e seus comandados arrastaram seus reféns pela selva filipina, em meio a confrontos com militares e em defesa da criação de um Estado islâmico independente no sul do país. Nesse período, alguns cativos fugiram, outros foram soltos, e outros, decapitados.
É a agonia desse longo cativeiro que está no centro de "Em Nome de Deus", reconstituição ficcional do caso e décimo longa-metragem de Mendoza, premiado como melhor diretor na edição do Festival de Cannes de 2009 por "Kinatay".
Em entrevista à Folha por e-mail, Mendoza conta que a pesquisa para o filme durou pouco mais de um ano, com foco na leitura de relatos sobre o sequestro e em entrevistas de sobreviventes e familiares dos que morreram.
Divulgação | ||
Isabelle Hupert (centro) em cena do filme "Em Nome de Deus", de Brillante Mendoza |
"Busquei uma perspectiva multidimensional da história, sem vilanizar ou elogiar os envolvidos", afirma.
"A pesquisa revelou várias facetas da sobrevivência humana. Mostrou como o homem pode se tornar bom ou mau de acordo com suas motivações", explica.
Mendoza conta que as filmagens in loco duraram 21 dias e que muitos dos desafios encontrados nas florestas filipinas acabaram incorporados ao longa.
Por isso, como nos filmes que o diretor alemão Werner Herzog rodou na Amazônia, "Em Nome de Deus" tem a selva como um personagem ativo da narrativa, em cenas como aquela em que dois garotos do bando de Abu Sayyaf aparecem brincando com duas ameaçadoras aranhas negras.
"A natureza pode ser vista como uma metáfora dos personagens, porque ela pode ser tanto gentil como furiosa", afirma o cineasta.
Em um elenco tomado por atores locais, a atriz Isabelle Huppert é o rosto ocidental mais conhecido do filme. Ela interpreta a missionária cristã francesa Thérèse Bourgoine, personagem que é a versão ficcional de Gracia Burnham, a refém norte-americana que escreveu o livro que inspirou Mendoza.
O diretor diz que convidou Huppert para o filme em 2010, em um encontro em Portugal. "Ela se interessou de imediato pelo papel da missionária sequestrada por um grupo extremista", relata Mendoza, acrescentando que, no set, a atriz "sabe o que quer e é muito precisa e generosa". "Ela se entrega totalmente nas cenas."
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