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Crítica: "Borat" nos fala de vários aspectos do mundo recente
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INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Será "Borat" (FX, 22h, 16 anos) tão hilariante quanto se afirma? Pode ser. O repórter do Cazaquistão em visita deslumbrada aos EUA nos fala de vários aspectos do mundo recente: o desmembramento da URSS, a globalização e a mitologização dos EUA no mundo globalizado, como o grande líder dos povos.
E Borat, o personagem, reforça essa mitologia, apaixonando-se por Pamela Anderson, a loira de um seriado de TV. Apaixonando-se por uma imagem, fique claro. Pois Borat é um repórter de TV e tudo gira em torno da produção de imagens.
Ao mesmo tempo, esse humor parece girar em falso: o atrasado Cazaquistão, no fundo, é bem parecido com a prodigiosa América. Um espelha o outro e para o nada seguimos.
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