Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
30/11/2012 - 07h18

Carnegie Hall, em NY, recebe show de Paulinho da Viola

Publicidade

FRANCISCO QUINTEIRO PIRES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NY

O drama de Paulinho da Viola em sua estreia no Carnegie Hall foi resumir 70 anos de vida em uma hora e 45 minutos. O compositor apresentou em Nova York, na quarta (28), um repertório de homenagens. Do samba ao choro, Paulinho quis mostrar quem ele é, e foi, em 28 músicas.

Ele começou de pé, dedilhando "Timoneiro" no cavaquinho. Em seguida, só com o apoio do pandeiro cantou "Cenários", uma reverência a escolas de samba do Rio.

A essa altura era possível perceber que o volume estava baixo demais até para um espaço de atmosfera intimista. Sua voz ressoava abafada. Os instrumentos se escondiam.

No decorrer da apresentação, o sambista ficou insatisfeito com a afinação do violão e do cavaquinho. Lutou para ajustá-los. "É difícil afinar, desculpem", disse. Uma voz de sotaque carregado gritava "Feliz Aniversário" e, assim, preenchia o silêncio.

"Sei Lá, Mangueira", imortalizada por Clementina de Jesus, iniciou as homenagens aos ídolos. No bis, Paulinho entoou a capela cânticos que Clementina, quando criança, escutava do pai.

Pete Checchia/Divulgação
Paulinho da Viola se apresenta no Carnegie Hall, em Nova York
Paulinho da Viola se apresenta no Carnegie Hall, em Nova York

Chegou o banquinho, e Paulinho trocou o cavaco pelo violão. Vieram "Onde a Dor Não Tem Razão", "Pecado Capital", "Brancas e Pretas" e "O Tímido e a Manequim".

Antes de cantar "Nervos de Aço", ele se dirigiu pela primeira vez ao público e falou da importância do compositor Lupicínio Rodrigues.

"As Rosas não Falam", de Cartola, foi uma das mais aplaudidas. "Fui um dos primeiros a escutar essa canção." No partido-alto "Filosofia do Samba", ele trouxe à memória um dos portelenses mais ilustres, Candeia.

"Roendo as Unhas" e "Sinal Fechado", compostas há cerca de 40 anos, fizeram Paulinho lembrar o desconforto que causaram. "Quando foram lançados, esses sambas provocaram polêmica. Eram um pouco diferentes. Críticos não gostaram; alguns amigos, também não."

Os chorões são o alicerce de Paulinho. Em quatro composições, ele homenageou Jacob do Bandolim ("Inesquecível"), Waldir de Azevedo ("Um Choro pro Waldir"), Radamés Gnattali ("Sarau para Radamés") e Pixinguinha ("Cochichando").

Terminou a noite com "Foi um Rio que Passou em Minha Vida", seu hino. O público ignorou a sisudez do Carnegie Hall e sambou nos corredores.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página