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03/12/2012 - 03h00

Elke Maravilha interpretou diaba de Carybé em filme de 1977

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DO ENVIADO A SALVADOR

Em 1975, o cineasta Iberê Cavalcanti fazia um documentário em Salvador sobre Jorge Amado quando conheceu Carybé.

Publicação de conto inédito do pintor Carybé celebra encontro com a Bahia

"Os dois eram muito amigos e o Jorge me levou para conhecê-lo. O Carybé era muito gentil. Fomos os três a um terreiro de candomblé", relembra o diretor, 77.

Entre uma andança e outra, Carybé mostrou a Cavalcanti os originais de "Iaba", conto que provavelmente concluiu na mesma época.

Interessado pela cultura negra, tema de alguns de seus outros trabalhos, o diretor ficou intrigado com a história.

Em 1977, lançou "A Força do Xangô", versão do conto para o cinema. O filme conserva apenas o mote da trama, a relação entre Iaba e Antonio, e acrescenta vários outros detalhes à história.
Cavalcanti criou um prólogo que não existe no conto e um final totalmente diferente.

O elenco é o principal atrativo do filme. No papel da protagonista de Iaba, descrita por Carybé como uma "crioula enxuta, de pernas epescoço longos", está a atriz e apresentadora Elke Maravilha, 67.

"Como algumas definições do candomblé são muito escorregadias, tomei a liberdade de colocar uma loira no papel", justifica o diretor.

"Além disso, a Elke é uma grande atriz, tinha a energia necessária para o papel."

Reprodução
"Candomblé" (1983), óleo sobre tela de Carybé, que nasceu na Argentino mas se radicou na Bahia
"Candomblé" (1983), óleo sobre tela de Carybé, que nasceu na Argentino mas se radicou na Bahia

Ela tem como seu parceiro na vingança contra Antonio o ator Grande Otelo (1915-1993), em um de seus típicos papéis de malandro. "Ele estava num momento difícil, enfrentava problemas com a bebida, mas foi sempre muito profissional", diz o diretor.

Antonio foi interpretado por Antonio Pitanga, 73, na fase jovem, e por Geraldo Rosa (1934-1984), na adulta. Já a sambista Ivone Lara, 91, interpretou Zulmira-Marrom.

As filmagens duraram três meses e se dividiram entre Salvador e Rio de Janeiro. Ocupado com outros projetos, Carybé não acompanhou o trabalho.

"Foi uma delícia de fazer, uma ótima experiência", conta Elke. "Sempre fui curiosa sobre as manifestações religiosas, já conhecia alguns terreiros. E foi um prazer atuar com o Grande Otelo." (MARCO RODRIGO ALMEIDA)

 

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