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05/12/2012 - 03h32

Brasileiro roda na Patagônia drama sobre veterano das Malvinas e mulher que foge da violência

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RODRIGO LEVINO
ENVIADO ESPECIAL A USPALLATA (ARGENTINA)

Em 2009, quando fazia a pré-produção de um documentário de viagem que seria rodado nos Andes, o diretor gaúcho Paulo Nascimento se deparou com uma informação aterradora.

Cidade argentina ainda relembra filmagens de Brad Pitt
Traumas guiam personagens do filme 'A Oeste do Fim do Mundo'
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Nos primeiros anos após a Guerra das Malvinas --que, em 1982, envolveu a Inglaterra e a Argentina na disputa pelas ilhas de mesmo nome (Falklands, para os ingleses)-- ao menos 400 dos 10 mil militares argentinos que atuaram no conflito cometeram suicídio após a derrota.

divulgação
Cena de "A Oeste do Fim do Mundo"
Cena de "A Oeste do Fim do Mundo"

"Isso me despertou para a seguinte questão: e os que estão vivos, como vivem hoje?", conta ele. A resposta veio enquanto o documentário era filmado perto das ilhas.

"Conheci pessoas completamente destroçadas pelos traumas da guerra. Jovens que, aos 17, 18 anos, receberam treinamento militar irrisório e, na semana seguinte, foram mandados para lutar contra o Exército britânico."

Daí nasceu "A Oeste do Fim do Mundo", que Nascimento, diretor de "Em Teu Nome" (2009), acaba de rodar na Patagônia argentina.

César Troncoso, que atuou no premiado "O Banheiro do Papa" (César Charlone e Enrique Fernández, 2007), vive León, um reservista que optou pelo isolamento depois de voltar da guerra e guarda segredos inconfessáveis.

Ao drama de León se junta o de Ana (Fernanda Moro), brasileira em fuga do marido que a violenta como se ela tivesse culpa por ter sofrido um aborto involuntário.

Ana perde o ônibus que a levaria ao Chile, onde encontraria mãe e irmã, e tem de pegar carona. Assediada pelo caminhoneiro e, de novo fugindo, se vê no meio do nada: em Uspallata, cidade de menos de 4.000 habitantes, aos pés do monte Aconcágua.

Lá, León mantém um pequeno posto de serviços que atende aos poucos motoristas que cruzam o deserto.

"São como dois abismos que se aproximam", diz Moro. "Eles fogem de algo que, após ocorrer, não permitiu nunca mais retomar a vida normalmente. Ele já se conformou com o isolamento; ela não sabe ainda para que lado seguir", diz Troncoso.

 

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