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22/12/2012 - 03h00

Aumento de ações dificulta avaliação, diz Fundação Biblioteca Nacional

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MATHEUS MAGENTA
DE SÃO PAULO
RAQUEL COZER
COLUNISTA DA FOLHA

Não é simples avaliar o que a Fundação Biblioteca Nacional de fato já realizou, no papel de gestora de políticas públicas, com Galeno Amorim como presidente.

Infográfico: Por dentro da Biblioteca Nacional
Biblioteca Nacional é criticada por descuidar de acervo

Embora o orçamento da FBN tenha sido de pouco mais de R$ 100 milhões em 2012, houve no ano uma imensa concentração de recursos indiretamente sob responsabilidade da instituição.

Daniel Marenco/Folhapress
Armazém de periódicos e obras gerais da Biblioteca Nacional, no centro do Rio de Janeiro
Armazém de periódicos e obras gerais da Biblioteca Nacional, no centro do Rio de Janeiro

Em abril, o Ministério da Cultura anunciou R$ 373 milhões para o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), uma espécie de PAC das políticas nessa área, envolvendo vários entes públicos sob o guarda-chuva da FBN.

Mas não há mecanismo que permita acompanhar resultados --o site do PNLL praticamente não é atualizado desde o ano passado.

"O PNLL nunca foi executor, e sim coordenador de ações do governo e do terceiro setor. Hoje, continua não executando, pelo que vejo, embora lhe seja atribuído orçamento megalômano", diz José Castilho, ex-secretário executivo do PNLL, um dos maiores críticos das atuais políticas para esse setor.

Galeno Amorim admite ser um montante de atividades difícil de acompanhar justamente por se tratar de uma medida pioneira.

"Foi a primeira vez que fizemos uma sistematização de projetos e programas do MinC nas áreas do livro e da leitura", argumenta. Diz que até o início de fevereiro deve poder apresentar números mais precisos sobre resultados.

Ainda assim, garante que todas as 44 ações previstas para execução durante 2012 foram ao menos iniciadas.

Daniel Marenco/Folhapress
Obras raras que fazem parte do acervo da instituição
Obras raras que fazem parte do acervo da instituição

O fato é que a implementação de várias dessas ações esbarrou em gargalos nas esferas pública e privada. É o caso do programa de aquisição de obras a preços baixos para bibliotecas do país.

Anunciado no começo de 2011 como a grande bandeira da gestão de Amorim, o Programa do Livro Popular ainda está em fase de testes.

O projeto de estimular a cadeia produtiva a vender livros a até R$ 10 sempre foi visto como modo de privilegiar editoras com a compra pelo governo de encalhes de livros.

A ideia era que o piloto do programa fosse concluído no começo deste ano, mas o ambicioso projeto enfrentou sucessivos atrasos.

Bibliotecas encomendaram 1,9 milhão de livros. Em agosto passado, já com atrasos, a FBN anunciou que a entrega estaria concluída até outubro. Agora, Galeno estima que, até janeiro, 60% dos livros tenham sido entregues.

Galeno ressalta o aspecto inovador do programa de fazer bibliotecários decidirem que livros querem para os acervos de seus locais de trabalho --antes, a escolha era feita pela FBN.

O presidente da FBN afirma que o acúmulo de responsabilidades no âmbito da Fundação Biblioteca Nacional não atrapalhou a gestão das instalações do prédio sede porque houve um aumento proporcional de pessoal.

Segundo ele, em dois anos, a equipe responsável pelas políticas de livro e leitura passou de dez para 90 pessoas.

RIBEIRÃO PRETO

Galeno Amorim sempre atuou entre a política e o mercado do livro. Nascido em Ribeirão Preto, foi jornalista em veículos como "O Estado de S.Paulo" e a Globo antes de ser eleito vereador de Sertãozinho (SP), nos anos 1980.

Em 1995, fundou a editora Palavra Mágica. Em 2001, foi convidado pelo então prefeito de Ribeirão Preto, Antonio Palocci, a assumir a pasta de Cultura. Levado em 2004 a Brasília por Palocci, então ministro da Fazenda, ajudou a criar o PNLL antes de deixar o governo, em 2006, com a queda do cacique petista.

 

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