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20/02/2013 - 03h06

Temporada curta é vilã dos musicais no Brasil

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DE SÃO PAULO

Após analisarem os valores de produção e captação de musicais, dois diretores de teatro não musical debateram sobre os recursos que o gênero capta via Lei Rouanet.

'O Rei Leão' inaugura novo patamar de investimento em musicais no país

Para Aderbal Freire-Filho, empresas de entretenimento devem ser incentivadas a se aperfeiçoarem nas suas relações com o mercado.

"Não digo que não devam ter algum tipo de apoio na fase em que ainda estamos. Mas que sejam incentivadas a alcançar logo o que é a vocação delas: um grande negócio, o negócio do entretenimento."

Guga Melgar/Divulgação
Cena de "O Mágico de Oz", no teatro Alfa
Cena de "O Mágico de Oz", no teatro Alfa

Freire-Filho explica que boa parte do teatro americano é subvencionado, mas essa regra não se aplica aos espetáculos da Broadway.

Grupos do circuito alternativo americano, como La Mama e Wooster Group, dependem de fundações, mecenatos ou incentivos públicos. "Não é o caso da Broadway, que precisa do lucro, quer o lucro, merece o lucro. Sem subvenções."

A boa receita desses espetáculos, lembra Cláudio Botelho, diretor do espetáculo "O Mágico de Oz", depende da extensão de suas temporadas, em geral muito maiores nos EUA do que as temporadas brasileiras.

REI DA SELVA

Para conseguir cifras na casa dos US$ 853 milhões (em abril de 2013), "O Rei Leão" ficou 15 anos em cartaz nos EUA. Em Nova York, o ingresso custava entre US$ 80 (R$ 152) e US$ 142 (R$ 270). No Brasil, a entrada varia de R$ 50 a R$ 280.

Segundo Aniela Jordan, diretora da Aventura Entretenimento, produtora de "O Mágico de Oz", musicais da Broadway dão lucro apenas no terceiro ano da temporada. "Nossas temporadas são curtas. Por isso dependemos de patrocínio e leis de incentivo", defende. "Na Broadway é possível fazer temporadas longas porque por lá passa gente do mundo inteiro. Ou seja, eles têm público."

Produzida pela Aventura, "O Mágico de Oz" custou R$ 9 milhões, incluindo quatro meses no Rio de Janeiro e quatro meses em São Paulo. Na capital carioca, atingiu 90% de sua lotação, mas a bilheteria não é suficiente para gerar lucro, diz Jordan. "A meia entrada é nosso vilão".

Para Sérgio de Carvalho, diretor da Cia. do Latão, "a lei autoriza o 'privatismo' no uso do dinheiro público em nome de uma ideia cada vez mais mercantilizada de cultura".

"Falta senso de importância: com R$ 13 milhões, seria possível sustentar a base de um grupo como o Teatro da Vertigem ou a Companhia do Latão por dez anos."

 

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