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03/03/2013 - 07h55

Catálogos no Brasil não mencionam obras falsas do pintor Rugendas

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MARCELO BORTOLOTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A falsificação de obras de arte é um tema espinhoso que não costuma ser tratado abertamente no país. Nos catálogos raisonné publicados no Brasil, que reúnem a obra completa de artistas, o assunto geralmente é deixado de lado porque os editores temem complicações jurídicas.

Livro revela dez falsificações do pintor alemão Rugendas

Foi o que aconteceu com os catálogos de Cândido Portinari (1903-1962) e Tarsila do Amaral (1886-1973).

O primeiro, lançado em 2004, é fruto de um trabalho de 20 anos de pesquisa. Neste período, a comissão do Projeto Portinari identificou 670 obras falsas atribuídas ao pintor, que foram deixadas de fora do livro. O de Tarsila, lançado em 2008, localizou 472 falsificações, mas o tema não é explorado no catálogo.

Este silêncio dificulta a identificação de falsários em série como Roberto Heymann.

O próximo do gênero a ser lançado vai reunir a obra completa de Alfredo Volpi (1896-1988). Até o momento, a comissão responsável pelo livro já identificou 300 falsificações. À frente da pesquisa, o colecionador Marco Antônio Mastrobuono afirma que os falsos ficarão de fora da publicação.

"Quem afirma que uma obra é falsa fica vulnerável porque está acusando alguém de um crime, e é muito difícil provar a falsificação", diz.

Segundo ele, os editores preferem adotar uma posição defensiva, apenas deixando de fora as obras consideradas falsas.

"O mercado e os colecionadores entendem que, se um quadro não foi incluído no livro, é porque não há elementos suficientes que indiquem que ele seja autêntico", diz Mastrobuono.

Na contramão, a editora Capivara publica, desde 2006, catálogos de arte que trazem sempre o capítulo "Atribuições Rejeitadas", onde são identificadas as obras falsificadas e a coleção a que pertencem.

A editora já lançou livros de artistas dos séculos 17 e 19 como Frans Post e Albert Eckhout, além de Rugendas, Debret e Pallière.

"Seguimos o padrão internacional. Para que os falsos deixem de circular, é essencial que a pesquisa que os identificou os publique", diz o diretor da Capivara, Pedro Corrêa do Lago. (MB)

 

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