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08/03/2013 - 17h50

Banda sueca Crashdïet promete reviver anos 1980 em shows no Brasil

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ADRIANA FARIAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Cabelos compridos e perigosamente armados, calça de couro, bota e muita mais muita maquiagem. A referência visual poderia ser a de um Guns N' Roses dos anos 1980, mas a banda é a sueca Crashdïet que desembarca para dois shows no Brasil divulgando o 4º álbum de estúdio, "The Savage Playground". O grupo se apresenta neste sábado (9), na Clash Club, em São Paulo, e no domingo (10), no Teatro Odisséia, no Rio.

Fundada em 2000 pelo vocalista Dave Lepard, que se suicidou aos 25 anos em 2006, o Crashdïet é formado atualmente pelos veteranos Eric Young (bateria), Peter London (baixo), Martin Sweet (guitarra) e desde 2009 por Simon Cruz (vocalista).

A banda faz parte do movimento sleaze rock, uma mistura de hard rock com punk, que vem ganhando força na Suécia desde os anos 2000 quando surgiu o fênomeno inglês The Darkness. A banda de Justin Hawkins trouxe de volta o brilho e o glamour que chocaram os anos 1980, mas foram esmagados pelas camisas de flanela do grunge de bandas como o Nirvana nos anos 1990.

Em entrevista à Folha de um hotel em Buenos Aires, o baterista Eric Young disse que a cena hard rock em Estocolmo, capital da Suécia, lembra a de Sunset Strip, região oeste de Hollywood que já foi um paraíso lendário de encontro de cabelos armados como os do Mötley Crüe, Poison, Van Halen e do Twisted Sister.

"A cena [hard rock] foi crescendo em Estocolmo na época em que nós lançamos nosso primeiro disco 'Rest in Sleaze', em 2005. Foi um revival enorme da 'hair era' (sinômino de glam metal, hard rock de cabelos armados), realmente era como voltar a caminhar pela Sunset Strip em 1985".

O fenômeno musical segue tão vivo em Estocolmo que sair pelas ruas usando muito couro e maquiagem para um homem já virou normal e se a pessoa é de banda ainda ganha incentivos financeiros do governo local.

"Se você anda por aí com a sua make up e cabelos desgrenhados nas ruas de Estocolmo querendo dá uma de bacana as pessoas não vão tá nem aí de tão comum [que virou o estilo]. É um país muito livre nesse sentido. O governo até mesmo dá dinheiro para incentivar as bandas, ajudando a pagar estúdios de ensaio e coisas assim. Eu acho que é por isso que temos tantas bandas na Suécia, simplesmente por causa da liberdade e apoio no que nós fazemos", conta o músico.

THE SAVAGE PLAYGROUND

Se resgatar o impacto da imagem é uma questão crucial no rock, a grande sacada nos discos do Crashdïet foi incorporar no hard rock a contemporaneidade. A experiência deu certo e rendeu ao novo disco o 2º lugar na parada musical da Suécia. O Crashdïet ganhou notoriedade no mercado fonográfico e o número de shows deslancharam. Neste ano foram 60 apresentações agendadas até junho, sem contar os festivais e uma lista de shows ainda em fase de ajustes, de acordo com dados da produção do grupo.

Essa vida na estrada, algumas delas abrindo shows para grandes nomes do heavy metal, como Ozzy Osbourne, rendeu a letra do novo single Cocaine Cowboys. "A música é sobre as tentações que nos são apresentadas enquanto estamos em uma turnê. O mundo corrupto das drogas, que infestam todas as classes sociais, desde os jovens que experimentam pela primeira vez aos grandes empresários donos de corporações que usam a droga em seus banheiros", diz Young.

BRASIL

Pela 3ª vez no Brasil, a banda já se sente bem familiarizada com o solo paulista, mas um local que nunca deixa de impressionar os músicos é a Galeria do Rock, no centro da cidade. "Lembro da minha primeira visita lá... eu fiquei atordoado em vê que cada loja daquele prédio tinha algo a ver com rock. Eu nunca tinha visto antes tanto [heavy] metal em um único lugar", conta o baterista.

Ao ser perguntado sobre influências de grupos brasileiros a resposta foi imediata. "Sepultura é uma das minhas bandas preferidas de todos os tempos. Eu tenho o crânio do disco Beneath the Remains (1989) tatuado no meu ombro. E claro Sarcófago, grande banda".

Ao finalizar a entrevista, Eric Young faz uma confidência que deixaria muito roqueiro de cara feia. "Minha mãe ama Roberto Carlos, não que eu goste, mas quando eu estava em São Paulo em janeiro [passando o Ano Novo] eu comprei cerca de 15 CDs e três DVDs do Roberto Carlos para ela, para engordar a coleção que ela já tem do rei", conta em meio a risadas.

Young promete que não dará palinhas de Roberto Carlos nos shows, mas que o público pode esperar surpresas no palco, junto de muito laquê, couro e cabelos desgrenhados.

 

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