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14/03/2013 - 20h18

Irmãos se perdem a caminho de festival em peça assinada por americano

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GUSTAVO FIORATTI
DE SÃO PAULO

O escritor norte-americano Kelly McAllister pertence a uma geração que pegou os últimos acordes do movimento hippie para, nos anos 1980 e 1990, mergulhar na experiência hedonista das raves. Ele nasceu em San José, Califórnia, ao sul de San Francisco, e sua peça mais conhecida, "Burning the Old Man", procura compreender a busca por espiritualidade em um mundo de ideais que ruiu com o fim dos anos 1960.

O texto, encenado agora por Luís Artur Nunes no Teatro União Cultural Brasil Estados Unidos com o título "As Cinzas do Velho", tem como protagonistas dois irmãos que se perdem ao trilhar o caminho para um conhecido festival de arte e música eletrônica, o Burning Man.

A peça não é exatamente sobre o festival, mas sobre querer chegar a ele, conta o autor. "O festival simboliza um lugar onde você pode mudar quem você é, aquilo que você planejou para sua vida, ou a forma de lidar com o seu passado", diz McAllister, sobre os rituais praticados anualmente no evento, que acontece no deserto de Nevada.

Vitor Vieira/Divulgação
Cena da peça "As Cinzas do Velho"
Cena da peça "As Cinzas do Velho"

O Burning Man tem como principal bandeira a livre expressão do espírito. Em seu site de divulgação, a organização convoca o público a criar, a se vestir de maneira especial, a se comportar de modo único. A festa tem como principal evento a queima de um imenso homem construído em madeira, em geral com mais de quinze metros.

As pessoas que vão ao festival, explica McAllister, são estimuladas a levar ao fogo coisas que simbolizam problemas. "Digamos que você terminou um relacionamento. Você pode levar uma fotografia sua com seu parceiro, e jogar aquilo no fogo. Aquilo significa que você se recuperou e tocou o barco para a frente."

Inspirado por essa imagem, ele criou seus protagonistas, dois irmãos que perderam o pai e que pretendem jogar as cinzas de seu corpo na grande fogueira do festival.

Os rapazes se desentendem frequentemente, se perdem e acabam em um hotel administrado por um alcoólatra e sua mulher submissa. Um casal de exotéricos entra em cena, para dar mais cor ao drama e boa dose de comicidade à peça. É a deixa para satirizar o exoterismo e alguma banalidade espiritual de raves.

AS CINZAS DO VELHO
QUANDO sáb., às 21h; dom, às 20h
ONDE Teatro União Cultural Brasil Estados Unidos (r. Mario Amaral, 209, Paraíso, 2148-2904)
QUANTO R$ 30 a R$ 40
CLASSIFICAÇÃO 12 anos

 

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