A temporada de desfiles mais festiva dos últimos anos teve surpresas para além das homenagens a personalidades e estilistas mortos, como Gianni Versace (1946-1997), e do revival dos anos 1990 que dominou as passarelas de Milão e Paris.
Nas propostas das coleções, destacaram-se o uso de tecidos improváveis e acessórios mais improváveis ainda, que fizeram par com a imagem de déjà vu representada pelo retorno das supermodelos e às inesperadas referências ao Brasil.
Ao lançar mão da cultura pop, algumas das grifes mais importantes do mundo esperam dar novo significado ao estranho. Como se perguntassem: "o que é feio e bonito para você?".
NOVAS VELHAS CARAS
Não está claro o porquê, mas o Brasil está na moda. Enquanto em Milão Salvatore Ferragamo resgatou peças prediletas de uma antiga cliente, a cantora Carmen Miranda, o batidão da funqueira Deize Tigrona embalou o desfile de Isabel Marant.
A combinação verde-amarela virou padrão, como na Lacoste, mas o libanês Elie Saab foi além e abriu a bandeira em coleção dedicada à Amazônia, com estampas de folhagens e de animais.
CROCMANIA
Há sempre uma peça da vergonha à espreita no baú para ganhar o status de "fashion". Dessa vez, a moda tirou do limbo o crocs, aquela (feia?) mule de borracha exorcizada na última década.
A grife Balenciaga lançou um modelo feito com salto alto, nas cores cinza, verde e amarelo. Em uma das peças do desfile, foi aplicada uma bandeira do Brasil, como faz a principal concorrente da marca, a brasileira Havaianas.
FORÇA ESTRANHA
Nos estertores da temporada de Paris, uma Louis Vuitton pop resumiu a onda vintage do final dos 1980 ao mesclar à sua coleção uma camiseta da série "Stranger Things" (Netflix), que ganha segunda temporada neste mês.
O pôster "estranho" apareceu em meio a peças bordadas e alfaiataria. O clima retrô e animado dessa temporada substituiu a onda "Game of Thrones" (HBO) que rondava as passarelas com um rastro de visual gótico, preto e de silhuetas comportadas.
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