Metropolitan passa a cobrar de não residentes

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Crédito: Mary Altaffer/AP Photo Turistas no museu Metropolitan em Nova York
Turistas no museu Metropolitan em Nova York

SILAS MARTÍ
DE NOVA YORK

É uma cena comum. O visitante chega à bilheteria às vezes só com um punhado de moedinhas e pede quantos ingressos quiser para conhecer um dos maiores museus de arte do planeta. Mas o Metropolitan, em Nova York, diz que vai dar fim à sua política de entrada —quase— franca.

Há meio século, o público do megamuseu à beira do Central Park pode pagar o que bem entender para visitar suas galerias atulhadas de obras-primas. Na porta, o valor de US$ 25 do ingresso é uma "sugestão", diz o cartaz.

Mas, a partir de 1º de março, a sugestão vai se tornar uma obrigação para quem vem de fora. Em crise financeira, o Met pretende equilibrar suas contas cobrando cerca de R$ 80 de quem não vive no Estado de Nova York.

O anúncio encerra um debate antigo, mas não por isso menos controverso. Há anos o museu tenta reverter a política, mas esbarra na resistência do público. Muitos criticam a medida, exigindo que a instituição, que funciona num prédio público e recebe verbas do governo, mantenha as contribuições voluntárias.

Doações, ou pagamentos espontâneos na porta, hoje respondem por 14%, ou US$ 46 milhões, do orçamento de US$ 305 milhões do museu, que espera elevar esse montante para até US$ 49 milhões com a cobrança de entradas.

O Met argumenta, aliás, que, com a escalada no número de visitantes desde que incorporou uma segunda sede,o Met Breuer, onde antes funcionava o Whitney, seus gastos não param de subir –cerca de 7 milhões de pessoas vão ao museu todo ano, mas só 17% delas pagam o valor sugerido do ingresso.

Depois da mudança, o Met cobrará o mesmo valor de entrada de outros gigantes de Nova York, como o Guggenheim e o MoMA. Seus concorrentes, no entanto, são operações privadas, que não recebem verbas do governo.

"O que estamos tentando fazer é encontrar o equilíbrio justo para sustentar essa operação", disse Daniel Weiss, diretor do museu, ao jornal "The New York Times". "Todos que se beneficiam da instituição estão sendo instados a contribuir para o seu bem-estar."

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