A atriz francesa Catherine Deneuve é uma das mais de cem mulheres que assinam uma carta se manifestando contra o que o texto chama de "denuncismo" de assédios sexuais pós-Harvey Weinstein.
O manifesto, publicado no jornal francês "Le Monde", afirma que homens devem ser "livres para abordar" mulheres.
O texto é assinado por escritoras, atrizes e acadêmicas francesas e afirma que a "caça às bruxas" ameaça a liberdade sexual.
Em um dos trechos da carta lê-se que o estupro é crime, mas que "seduzir alguém, ainda que de forma insistente", não é.
Entre as signatárias estão Catherine Millet, autora do livro "A Vida Sexual de Catherine M.". O manifesto prega que as mulheres deveriam se unir contra outro oponente, os "inimigos da liberdade sexual", como extremistas religiosos e reacionários.
O jornal britânico "The Guardian", que também noticiou a publicação da carta, lembra que Deneuve criticou os métodos das militantes do movimento #MeToo, de oposição à onda de assédios.
"É excessivo", disse a atriz de 74 anos, intérprete de filmes como "A Bela da Tarde" (1967), de Luis Buñuel.
A divulgação do manifesto ocorre dois dias depois da cerimônia do Globo de Ouro, que foi tomada por protestos contra a onda de assédios: atrizes se vestiram de preto e a apresentadora Oprah Winfrey, homenageada da noite, fez um discurso contra o machismo.
Desde outubro do ano passado, após reportagens do "New York Times" e da "New Yorker", nomes poderosos da indústria foram acusados de cometer estupros e assédios contra várias mulheres. Entre eles estão o produtor Harvey Weinstein, o ator Kevin Spacey e, mais recentemente, o ator James Franco.
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