Ajeitadinho, 'Encolhi a Professora' se apoia em trama carne de vaca

MARINA GALEANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

ENCOLHI A PROFESSORA (regular) * *
DIREÇÃO Sven Unterwaldt
PRODUÇÃO Alemanha e Áustria, 2018 (livre)
ELENCO Anja Kling, Oskar Keymer, Lina Hüesker
QUANDO nesta quinta (25)
Veja salas e horários de exibição

Nostalgia talvez seja a primeira sensação despertada pela comédia infantil "Encolhi a Professora", que estreia nos cinemas brasileiros na reta final das férias escolares. A associação com o clássico "Querida, Encolhi as Crianças" (1989) e seus derivados menos badalados é óbvia e quase imediata. As semelhanças, entretanto, param no título.

Embora ajeitadinho, o filme dirigido por Sven Unterwaldt não tem o mesmo carisma da primeira aventura estrelada pela família Szalinski e perde pontos ao se escorar numa trama que já virou carne de vaca.

Felix Vorndran (Oskar Keymer) engorda a lista das crianças que enfrentam problemas com um novo colégio: dificuldade para fazer amigos, desconfiança dos professores, perseguição dos alunos populares e por aí vai.

A vida do garoto complica de vez quando, em um passe de mágica, ele transforma a megera Schmitt-Gössenwein (Anja Kling) numa criatura de apenas 27 centímetros.

Sob o risco de ser expulso e decepcionar novamente os pais, Felix precisa ajudar sua detestável professora a recuperar o tamanho normal. E, de quebra, ainda acabar com os planos do ambicioso inspetor Schulrat (Justus von Dohnányi) de fechar as portas da escola para montar um colégio de elite.

A história até é engraçadinha, mas cheia de brechas. Culpa de um roteiro preguiçoso, que não se esforça para apresentar soluções inteligentes e abusa do tal "passe de mágica". Mesmo sendo um filme infantil de fantasia, o público merecia algo mais consistente, elaborado.

A dublagem também pesa contra. A voz de gralha da diminuta senhora Schmitt é um desafio ingrato aos ouvidos.

Em compensação, os efeitos especiais rendem cenas criativas, que brincam com os contrastes de tamanho. É divertido ver a diretora dentro de um estojo ou vestida com um rolo de papel higiênico. Depois de um começo pouco promissor, a narrativa pega no tranco e traz um desfecho simpático, no ritmo de "Os Goonies" (1985).

Com toda a cara de Sessão da Tarde, "Encolhi a Professora" não chega a entusiasmar, mas pode valer como um passeio despretensioso nessa ressaca das férias.

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