Conheça as técnicas de atores que improvisam em cena

Improvisar é hoje um campo proeminente e desafiador para atores que trabalham no teatro e que, desde o ano passado, também têm levado exercícios do gênero para a televisão.

Os programas "CQC" e "É Tudo Improviso", ambos da Band, e também o "Quinta Categoria", da MTV, são exemplos de como funcionam, na prática, algumas técnicas que têm o trabalho do palhaço ou da comédia dell'arte em sua raiz.

No "É Tudo Improviso", por exemplo, a proposição de um desafio se dá da seguinte forma: alguém na plateia, ou mesmo o apresentador Márcio Ballas, cede um elemento que deverá ser usado como base para o improviso. Supostamente, o jogador só fica sabendo qual é esse elemento na hora da ação.

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	A drag queen Nany People (à esquerda) durante a gravação do "É Tudo Improviso", da Band

O que pode ser usado como ponto de partida, por exemplo? "Uma frase que a mãe de um espectador qualquer, escolhido na hora, costumava dizer na infância dele", sugere Ballas. Se a frase for "vai lavar a mão, menino", uma cena tem que ser criada a partir daí. O desafio é não somente parecer coerente como, nesta situação específica, provocar o riso.

Jogos assim, típicos entre palhaços, são dados em sala de aula, em universidades até. Servem para aguçar a atenção, para fermentar a habilidade de reagir aos elementos que cercam o ator. A ação, em cena, não pode ser exatamente pensada ou calculada. Um bom improvisador funciona na base do impulso.

Outra ferramenta bastante utilizada em sala de aula é o uso da máscara (há vários modelos, desde a mais clássica, de porcelana, até as mais modernas, de couro ou látex). O próprio nariz vermelho é uma espécie reduzida de máscara.

O princípio vem da comédia dell'arte ou até de teatros mais antigos, da antiguidade. Esconder ou deformar o rosto obrigam o intérprete a agir de uma forma específica. Em geral, os movimentos passam a ser mais precisos e funcionais, pois tudo parece ficar acentuado.