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22/07/2010 - 12h10

Cinema brasileiro entra na fase das relações amorosas

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ANA PAULA SOUSA
ENVIADA ESPECIAL A PAULÍNIA

O cinema brasileiro --como muitas outras cinematografias, diga-se-- costuma funcionar em espécies de ondas.

Já tivemos a fase sertão, a fase sexo, a fase favela e fase tráfico de drogas. Agora, talvez estejamos entrando na fase das relações amorosas.

Quem fez esse diagnóstico foi, curiosamente, o diretor mais apedrejado do festival de Paulínia, Ricardo Pinto e Silva. Seu "Dores & Amores" que, de tão mal construído, não se presta nem a sinopses, é, de fato, uma dessas tentativas.

O filme, uma coprodução entre Brasil e Portugal, procura falar de casais em crise.

Divulgação
Marcelo Serrado e Fernanda Freitas em cena de "Malu de Bicicleta", filme baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva
Marcelo Serrado e Fernanda Freitas em "Malu de Bicicleta", filme baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva

"Percebi que se a gente quer ter mais público, tem que falar mais de sentimentos", diz Silva. "E você vê que não é só meu filme que faz isso. Por que estamos voltando a falar de relações humanas? Talvez até os diretores estejam cansados de tanto peso."

Se Silva derrapou feio, Flavio Tambellini, com "Malu de Bicicleta", conseguiu um resultado interessante.

MALU DE BICICLETA

O filme, baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, é uma história de amor contada com graça e certa porção de tristeza.

"O que eu queria era contar uma boa história. E isso é difícil", diz Tambellini. "Um dos problemas do cinema brasileiro, quando nos comparamos com os argentinos, é que lá eles não têm uma novela forte. A novela, aqui, parece que dá conta das histórias do cotidiano."

O diretor, que é também um dos mais ativos produtores do cinema nacional, queria, além disso, fazer um filme sem tropeços.

"Quis fazer um filme sem ficar arrastando correntes", diz. É que seu último longa-metragem, "O Passageiro", teve uma série de dificuldades de distribuição.

"Malu de Bicicleta", por sua vez, já tinha distribuição quando saiu do papel e foi pensado como um filme barato.

Viabilizado com o edital de baixo orçamento, do Ministério da Cultura (MinC), de R$ 1,3 milhão, foi filmado em quatro semanas. É, a um só tempo, despretensioso e respeitoso com o espectador.

DESENROLA

Houve, além de "Dores & Amores" e "Malu de Bicicleta", um terceiro filme sobre relações amorosas na seleção competitiva do Festival de Paulínia, que se encerra hoje.

Trata-se de "Desenrola", filme "teen" que fala, basicamente, de perda de virgindade.

"Passei seis anos tentando fazer esse filme", diz a diretora Rosane Svartmann, que só ouvia "não" dos responsáveis pelos editais de financiamento.

De repente, tudo ficou bem mais fácil para ela. "Talvez seja um novo posicionamento das comissões de seleção", arrisca a diretora. Talvez eles queiram ouvir falar de sexo e de amor.

 

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