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05/08/2010 - 08h35

Leonardo DiCaprio é um ladrão de sonhos em "A Origem"

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FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES

Marion Cotillard teve que ler duas vezes o roteiro de "A Origem" e ainda assim ficou na dúvida. Leonardo DiCaprio garantiu que entendeu tudo, mas só depois de meses de conversa com o autor, o inglês Christopher Nolan, que dirige o filme futurista mais comentado e mais original deste verão nos EUA --a estreia no Brasil é amanhã.

A verdade é que, na tela, o produto final não é assim tão complicado, embora muita gente esteja voltando às salas de cinema para tentar decifrar possíveis segredos, ajudando a manter "A Origem" no topo das bilheterias há três semanas.

DiCaprio é Dom Cobb, um ladrão de sonhos. Ele usa uma combinação de drogas e aparato tecnológico para entrar na mente de executivos e roubar segredos industriais.

Sua nova missão é fazer o contrário: introduzir uma ideia no subconsciente de um jovem herdeiro (Cillian Murphy) e fazê-lo vender seu império de empresas.

Simples, certo? Acontece que, para realizar tal bravata, chamada "inception", nome original do filme, é preciso ir fundo nos sonhos da vítima, em camadas que levarão Cobb e seu time de especialistas a lugares tão diversos como um hotel de luxo sem gravidade, um paraíso artificial e montanhas nevadas.

Para complicar, Cobb tem seus demônios pessoais materializados na personagem de Marion Cotillard, que ele é acusado de matar e que o persegue infinitamente.

"Foram três meses de conversas [com Nolan] para desenvolver o personagem. Tivemos que aprender as regras do jogo de seu sonho", afirma DiCaprio. "Rolaram umas conversas existenciais [com Cotillard] sobre relações de personagens que nunca tive antes", disse ele.

Entre os especialistas do "dream team" de Cobb estão: Eames (Tom Hardy), um falsário que toma a forma de outras pessoas; Ariadne (Ellen Page), uma estudante de arquitetura que constrói os visuais impressionantes dos sonhos; e Arthur (Joseph Gordon-Levitt), responsável pela pesquisa das vítimas.

"O filme é uma ficção especulativa. Conta uma história a partir de uma ideia tecnológica: e se a gente pudesse compartilhar sonhos?", disse Nolan a jornalistas.

"Queria fazer um filme de ação, num mundo reconhecível, mas que pedisse ao público para entrar na viagem, desde o começo."

Melissa Moseley/Efe/Warner Bros. Pictures
Os atores Ellen Page (esq.) e Leonardo DiCaprio em cena do filme "A Origem"
Os atores Ellen Page (à esq.) e Leonardo DiCaprio em cena do filme "A Origem", que desafia compreensão dos espectadores

POTENCIAL INFINITO?

Nolan viajou por seis países para filmar "A Origem", além de usar os antigos galpões na Inglaterra onde rodou cenas de "Batman - O Cavaleiro das Trevas" (2008) e "Batman Begins" (2005).

Foi o sucesso desses dois filmes que fez com que Nolan conquistasse a confiança dos chefões da Warner, após longas de baixo orçamento e roteiros que exigiam mais do público, como "Amnésia" (2001) e "Insônia" (2002).

"A Origem" era um projeto que o diretor guardava na gaveta há dez anos. Em três semanas, superou US$ 360 milhões na bilheteria dos EUA.

Num verão turbinado por filmes 3D, sequências e remakes, as críticas ao filme de Nolan foram positivas, e o debate, intenso. Não faltou gente para dizer que o longa era "uma tolice", como o crítico do Wall Street Journal.

Nolan se defende: "'A Origem' é um mundo da imaginação, ligado ao potencial infinito da mente humana, no qual é possível, através dos sonhos, construir mundos infinitos". Captou?

Arte
 

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