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Leonardo DiCaprio é um ladrão de sonhos em "A Origem"
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FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES
Marion Cotillard teve que ler duas vezes o roteiro de "A Origem" e ainda assim ficou na dúvida. Leonardo DiCaprio garantiu que entendeu tudo, mas só depois de meses de conversa com o autor, o inglês Christopher Nolan, que dirige o filme futurista mais comentado e mais original deste verão nos EUA --a estreia no Brasil é amanhã.
A verdade é que, na tela, o produto final não é assim tão complicado, embora muita gente esteja voltando às salas de cinema para tentar decifrar possíveis segredos, ajudando a manter "A Origem" no topo das bilheterias há três semanas.
DiCaprio é Dom Cobb, um ladrão de sonhos. Ele usa uma combinação de drogas e aparato tecnológico para entrar na mente de executivos e roubar segredos industriais.
Sua nova missão é fazer o contrário: introduzir uma ideia no subconsciente de um jovem herdeiro (Cillian Murphy) e fazê-lo vender seu império de empresas.
Simples, certo? Acontece que, para realizar tal bravata, chamada "inception", nome original do filme, é preciso ir fundo nos sonhos da vítima, em camadas que levarão Cobb e seu time de especialistas a lugares tão diversos como um hotel de luxo sem gravidade, um paraíso artificial e montanhas nevadas.
Para complicar, Cobb tem seus demônios pessoais materializados na personagem de Marion Cotillard, que ele é acusado de matar e que o persegue infinitamente.
"Foram três meses de conversas [com Nolan] para desenvolver o personagem. Tivemos que aprender as regras do jogo de seu sonho", afirma DiCaprio. "Rolaram umas conversas existenciais [com Cotillard] sobre relações de personagens que nunca tive antes", disse ele.
Entre os especialistas do "dream team" de Cobb estão: Eames (Tom Hardy), um falsário que toma a forma de outras pessoas; Ariadne (Ellen Page), uma estudante de arquitetura que constrói os visuais impressionantes dos sonhos; e Arthur (Joseph Gordon-Levitt), responsável pela pesquisa das vítimas.
"O filme é uma ficção especulativa. Conta uma história a partir de uma ideia tecnológica: e se a gente pudesse compartilhar sonhos?", disse Nolan a jornalistas.
"Queria fazer um filme de ação, num mundo reconhecível, mas que pedisse ao público para entrar na viagem, desde o começo."
Melissa Moseley/Efe/Warner Bros. Pictures | ||
Os atores Ellen Page (à esq.) e Leonardo DiCaprio em cena do filme "A Origem", que desafia compreensão dos espectadores |
POTENCIAL INFINITO?
Nolan viajou por seis países para filmar "A Origem", além de usar os antigos galpões na Inglaterra onde rodou cenas de "Batman - O Cavaleiro das Trevas" (2008) e "Batman Begins" (2005).
Foi o sucesso desses dois filmes que fez com que Nolan conquistasse a confiança dos chefões da Warner, após longas de baixo orçamento e roteiros que exigiam mais do público, como "Amnésia" (2001) e "Insônia" (2002).
"A Origem" era um projeto que o diretor guardava na gaveta há dez anos. Em três semanas, superou US$ 360 milhões na bilheteria dos EUA.
Num verão turbinado por filmes 3D, sequências e remakes, as críticas ao filme de Nolan foram positivas, e o debate, intenso. Não faltou gente para dizer que o longa era "uma tolice", como o crítico do Wall Street Journal.
Nolan se defende: "'A Origem' é um mundo da imaginação, ligado ao potencial infinito da mente humana, no qual é possível, através dos sonhos, construir mundos infinitos". Captou?
Arte | ||
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