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Ex-Beach Boy reinterpreta clássicos de George Gershwin em novo disco
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FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES
Quando Brian Wilson nasceu, em 1942, George Gershwin (1898-1937) já estava morto havia cinco anos. As diferenças de época, porém, desaparecem ao ouvir o novo álbum do ex-Beach Boy, no qual ele interpreta canções do compositor americano.
"Escuto o rádio e penso: 'Mas que porcaria é essa?'", diz Brian Wilson
No lançamento do disco, em Los Angeles, o músico apareceu para cantar à capela, ao lado de seus companheiros de banda, o tema "Rhapsody in Blue", lembrando os complexos vocais do grupo dos anos 60, ainda que a música tenha sido escrita por Gershwin em 1924.
"Summertime" e "It Ain't Necessarily So", compostas para a ópera "Porgy and Bess" em 1935, também são outros clássicos que estão no álbum "Brian Wilson Reimagines Gershwin", lançado neste mês no Brasil.
O disco é parte de um acordo com a gravadora Walt Disney e inclui um segundo trabalho, no qual Wilson deverá interpretar canções infantis.
À Folha, o ex-Beach Boy contou que recebeu do espólio de Gershwin 25 canções, das quais escolheu onze. Também teve acesso a outras 104 músicas inacabadas, com o compositor ao piano, das quais selecionou duas para finalizar, "The Like in I Love You" e "Nothing But Love", um processo de apenas três semanas.
"O desafio foi fazer as pessoas apreciarem a música de Gershwin. Só isso", disse por telefone Wilson, 68, conhecido pelas respostas secas e simples. "A ideia [do disco] foi da minha mulher. Não sei por quê. Nunca perguntei."
Matt Sayles/AP | ||
O músico Brian Wilson posa em sua casa em Los Angeles |
VIDAS PARALELAS
Além de separados pelo tempo, Wilson e Gershwin também nasceram em lados opostos dos EUA. O primeiro celebrou a ensolarada Califórnia com hits como "Good Vibrations", o segundo viveu a jazzística Nova York.
Mas há também aproximações. São ambos compositores de músicas sofisticadas, ainda que com certo apelo popular. E ambos trabalharam com os irmãos, o letrista Ira Gershwin e os Beach Boys Carl e Dennis, já mortos.
Em 2011, o grupo californiano completaria 50 anos. Wilson, que voltou a dirigir em Los Angeles depois de décadas devido a uma doença mental, duvida de uma reunião, embora os outros dois membros, Mike Love e Al Jardine, estejam animados. "Não sei, não tenho certeza."
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