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28/09/2010 - 10h44

Premiado em Veneza, Skolimowski desfruta da fama no Rio

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ANA PAULA SOUSA
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

O copo de caipirinha na mão e os óculos escuros a servir de proteção a um sol que já tinha ido embora não deixavam dúvidas: Jerzy Skolimowski, 72, estava mais do que à vontade no Rio.

Duplamente premiado na mostra internacional de Veneza, encerrada há duas semanas, o diretor polonês desembarcou no Galeão com o status de grande convidado do Festival do Rio.

A cidade é, afinal de contas, sua primeira parada depois do Prêmio Especial do Júri presidido por Quentin Tarantino e do Leão de melhor ator para Vincent Gallo, protagonista de "Essential Killing" (assassinato básico).

Daryan Dornelles/Folhapress
O diretor polonês Jerzy Skolimowski, 72, cuja obra tem retrospectiva no Festival do Rio
O diretor polonês Jerzy Skolimowski, 72, cuja obra tem retrospectiva no Festival do Rio

CONVITES

"Depois de Veneza, começaram a me ligar de todos os lugares", diz o cineasta, cansado só de lembrar.

"Foram uns 50 convites, pelo menos. Eu tinha que escolher um. Ou nenhum. Mas aí tive vontade de vir para o Rio. Meu instinto estava certo. Isto aqui é fantástico. A natureza é linda. As pessoas são calorosas e otimistas", afirma ele.

Isso tudo é, curiosamente, o oposto do que Skolimowski leva à tela. Seu cinema enquadra o ser humano em seus desvãos, em suas atitudes mais cruéis.

"Essential Killing" mostra um homem que, perseguido pela polícia sob acusação de terrorismo, passa a agir como um animal. Guiado pelos instintos, é capaz de fazer qualquer coisa para sobreviver.

"Não sou nada otimista. Por isso gostei tanto do Rio. Os cariocas têm o que eu não tenho", diz, com ar jocoso.

VIDA DE PINTOR

Além do filme premiado em Veneza, o Festival do Rio apresenta uma retrospectiva que inclui outros cinco títulos do cineasta.

Cultuado nos anos 1960 e 1970, Skolimowski ficou duas décadas sem fazer filmes. No final dos anos 1980, foi morar em Malibu e passou a viver como pintor. Alguns astros de Hollywood, como Jack Nicholson e Dennis Hoper (1936-2010), estão entre os compradores famosos de seus quadros.

"Pintar lhe permite viver em paz. Isso não acontece quando você faz cinema. Fiz dois filmes agora, mas não sei se farei outros", disse à Folha, em Veneza, antes de receber os prêmios.

Mas o reconhecimento parece ter acariciado seu desejo de fazer mais longas. "Não tenho nenhum projeto. Mas tenho vontade de fazer outro filme, sim", afirma, antes de pedir outra caipirinha.

Sua única certeza é que Hollywood, onde trabalhou antes de largar tudo, não é seu lugar.

Tanto é assim que, quando decidiu voltar ao set, em 2008, voltou para a Polônia natal. "Em Hollywood, deixei de ser um artista."

 

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