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24/10/2010 - 07h33

Personalidade é mais importante do que nível da fama, diz diretor de "A Fazenda 3"

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LAURA MATTOS
ENVIADA ESPECIAL A ITU

O clima está pesado, todo mundo grita, fala palavrão, e a hélice amarela gira sem parar em cima do boné vermelho de Sérgio Mallandro.

Veja imagens dos bastidores de "A Fazenda 3"

Ouça repórter sobre os bastidores de "A Fazenda"

Laura Mattos

A "Fazenda 3", um "Big Brother" rural com subcelebridades, está dando o que falar com seu elenco inacreditável. A família formada --que, além de Mallandro, tem figuras como o ex-jogador Viola e a expulsa da Uniban Geisy Arruda-- mal começou e já coloca a Record à frente da Globo no Ibope.

Enquanto, em fase inicial, a "Fazenda 1" teve 13 pontos e a segunda, 11, esta ultrapassa 15 de média, com picos de até 23 pontos (1,38 milhão de domicílios na Grande SP).

O R7, portal da Record, chegou à demanda de 6.000 e-mails por hora ao liberar o acesso ao programa, ao vivo, a quem se cadastrasse.

Não basta dizer que o público adora barraco para explicar esse sucesso. Não que ele não goste, claro, mas esta edição de "A Fazenda" traz uma nova fórmula na busca por atrair audiência.

A receita foi elaborada por Rodrigo Carelli, principal diretor de realities fora da Globo. Seu know-how data do início da década, quando lançou a "Casa dos Artistas", que fez a Globo antecipar a estreia do "Big Brother 1" ao ver o "Fantástico" perder feio para o SBT no Ibope.

Desde então, com as outras edições da "Casa" e agora as da "Fazenda", ele se aprimorou na escolha dos famosos a serem confinados.

Antes, baseado em seu faro e nas manchetes de sites e revistas de fofoca, Carelli definia os nomes e os escalava.

Desta vez foi diferente. Fez uma lista de 50 nomes --ainda definidos por faro e mídia de fofocas. Seus produtores foram à casa desses candidatos a candidatos, conheceram suas famílias, amigos e os entrevistaram quantas vezes acharam necessário.

O objetivo "foi ver o potencial que a pessoa tinha de mostrar no programa uma imagem diferente da que o público espera", disse Carelli, nos bastidores da "Fazenda", em Itu (para onde a Folha foi em carro da Record, por exigência do canal).

Na receita, "a personalidade acaba sendo mais importante do que o nível de fama". "Óbvio que é importante ser famosa, até porque é preciso que o público tenha uma expectativa sobre o comportamento da pessoa."

Expectativa que, quanto mais for quebrada, melhor para o show. E está aí uma ironia nessa guerra de ibope.

Com a "Fazenda", a Record rouba pontos da Globo ao desconstruir a imagem de artistas. É a estratégia inversamente proporcional à da Globo de construir e manter a todo custo a imagem de seu quadro --é isso que a faz resistir a produzir um "Big Brother" com celebridades.

Além de avaliar quem tem mais potencial de surpreender a audiência, Carelli procurou elaborar um caldo de diferentes personalidades.

Nesse ponto, a seleção se aproximou da do "Big Brother", que busca detectar em anônimos o potencial que terão de desempenhar papéis de "mocinho", "vilão" etc.

Adriano Vizoni/Folhapress
Participante Sergio Mallandro dorme na casa em que é realizado o reality show da rede Record "A Fazenda", em Itu
Sergio Mallandro dorme na casa em que é realizado o reality show da rede Record "A Fazenda", em Itu (SP)

MANIPULAÇÃO

Elenco escolhido, é preciso buscar meios para ajudar o famoso a fazer o caminho entre sua imagem pré-reality show e seu lado B. Aí, diretor e cia. põem em prática seu lado mais perverso --se é que o termo vale quando subcelebridades são confinadas em troca de cachê...

Regras e provas são criadas a fim de colocá-los contra a parede. E jogar um contra o outro o mais rápido possível.

Logo na estreia de "A Fazenda", no fim de setembro, Monique Evans foi sorteada para escolher, à queima-roupa: "Quem você acha que não deve ganhar um carro zero no valor de R$ 100 mil?".

"Sérgio Mallandro", entregou, de sopetão, o "velho amigo". Não precisava mais nada para que o palhaço do glu-glu/ié-ié virasse o bicho, com boné de hélice e tudo. E para que a ex-modelo tida como tia bacana surtasse.

Entre um barraco e outro, a Mulher Melancia rebola e, com a sua ferramenta de trabalho, nocauteia a cabeça do cantor Tico Santa Cruz.

 

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